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Carlos Tavares pede ligação ferroviária a Vigo e redução nos custos da energia

Os argumentos não são novos. Os custos de energia e o modo como os veículos são exportados contribuem para diminuir a competitividade da fábrica portuguesa da Peugeot Citröen. "Está-se a pôr a fábrica numa situação difícil para o futuro", admitiu o presidente-executivo da PSA.

14 de Novembro de 2014 às 17:26
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Os pedidos desta sexta-feira, 14 de Novembro, reforçam vontades antigas. O presidente-executivo internacional do grupo PSA Peugeot Citröen defendeu a necessidade de se estabelecer uma ligação ferroviária a Vigo bem como a redução dos custos de energia em Portugal.

 

Carlos Tavares esteve reunido com o ministro da Economia, António Pires de Lima, à margem da terceira Conferência Franco-portuguesa, para demonstrar "factores que permitiriam aumentar a competitividade da nossa fábrica de Mangualde".

 

Apesar de já terem sido reduzidos em 25% os consumos de energia eléctrica por cada automóvel produzido na fábrica nacional, o presidente-executivo da PSA reforça que os custos de energia em Portugal são 40% mais altos do que em França.

 

O gestor apresenta ainda outra margem de poupança: com a ligação ferroviária a Vigo, que representará uma redução de 20% nos custos e uma diminuição do próprio impacto ambiental. Actualmente, essa exportação é feita por camião até ao porto daquela cidade espanhola, convergindo aí as produções das duas fábricas. Cerca de 95% da produção de Mangualde destina-se ao mercado externo.

 

Caso estas duas oportunidades não sejam tidas em consideração, o que poderá estar em causa é a continuação do próprio projecto industrial de Mangualde, devido à falta de competitividade". "Está-se a pôr a fábrica numa situação difícil para o futuro, o que não é certamente a minha intenção. Não é a nossa visão estratégica", admitiu.

 

Carlos Tavares dá o exemplo de novas fábricas automóveis em construção ou em operação no Norte de África, para demonstrar que Portugal terá de reforçar a sua competitividade perante estes mercados emergentes. "Não se deve desperdiçar a competitividade dos custos laborais" com a questão dos custos energéticos, reforçou.

 

Para Pires de Lima, a questão dos custos energéticos não estava em cima da mesa. "A maior empresa de construção de automóveis em Portugal [Volkswagen Autoeuropa, de origem alemã] tem um custo de energia muito competitivo", afirmou o ministro aos jornalistas antes do encontro com Carlos Tavares.

 

O gestor responde que o seu "ponto de referência" é França, que apresenta custos bem competitivos do que a Alemanha, não sendo por isso "uma boa comparação" a feita pelo ministro entre a PSA Mangualde e a fábrica de Palmela no que respeita a custos de energia.

 

Terceiro turno de Mangualde depende do mercado

 

A PSA Mangualde deverá fechar o ano com uma quebra de 7% na produção. O mesmo deveu-se à supressão de um turno extraordinário, que obrigou à dispensa de 280 trabalhadores.

 

Questionado sobre um eventual regresso destes trabalhadores, Carlos Tavares respondeu que "está totalmente dependente do mercado", não afastando a situação em caso de uma evolução positiva das vendas automóveis.

 

Quanto a novos modelos, o gestor refere que "qualquer projecto de novo modelo é sujeito e elementos de comparação" no que diz respeito à unidade fabril a que caberá a sua produção. Por isso, a decisão por Mangualde terá sempre em atenção o "rácio qualidade-custo mais favorável".

 

PSA "de volta à corrida"

 

Será deste modo que a PSA Mangualde poderá contribuir para o programa de recuperação do grupo automóvel, denominado "Back in the Race".

 

A meta deste processo é, segundo Carlos Tavares, a de atingir uma margem operacional da divisão automóvel de pelo menos 2% e um "free cash flow" positivo recorrente de 2 mil milhões de euros acumulados no período de três anos, com um prazo de término marcado entre 2016 e 2018.

 

No primeiro semestre deste ano, a empresa registou um resultado operacional de 477 milhões de euros.

 

A aposta nos eléctricos ainda é tímida

 

A limitação tecnológica – no respeita à duração das baterias – tem impedido uma aposta mais forte do grupo PSA nos veículos eléctricos. Carlos Tavares admite que tal "vai ser uma necessidade muito em breve".

 

A impelir esta mudança poderá estar a vontade do governo chinês de só permitir negócios no país com marcas automóveis que possuam veículos eléctricos no seu catálogo. Para já, admitiu, este produto "verde" não é a "primeira opção" para os núcleos familiares.

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