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Peugeot Citroën dispensa 280 trabalhadores em Mangualde (act.)

A supressão de um turno extraordinário, criado para fazer face a um aumento na capacidade de produção, justifica a decisão da empresa. Ao Negócios, o director financeiro da unidade de Mangualde admite a readmissão dos trabalhadores em caso de um novo aumento na produção. Comissão de trabalhadores fala em "trabalho precário".

29 de Maio de 2014 às 11:33
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O grupo PSA Peugeot Citroën, liderado a nível internacional pelo português Carlos Tavares (na foto), irá dispensar 280 trabalhadores do seu Centro de Produção de Mangualde, na sequência da supressão do turno criado para fazer face a um período de "produção excepcional e temporária".

 

Em comunicado divulgado esta quinta-feira, 29 de Maio, a empresa explica que o referido turno, criado em Abril de 2013, deixará de funcionar a partir de 25 de Julho deste ano. A PSA Mangualde realça, contudo, que os trabalhadores dispensados "serão privilegiados em eventuais contratações futuras".

 

O terceiro turno, resultado de uma oportunidade que a companhia classificou como "transitória", esteve em actividade durante 16 meses, mais sete do que o inicialmente previsto.

 

Os 280 postos de trabalho, agora prestes a terminarem, resultaram da transferência da produção de volumes Citroën Berlingo e Peugeot Partner para aquele centro em Portugal, numa produção suplementar de cerca de 25 mil veículos. "Este factor extraordinário terminou e as fábricas voltam à sua produção nominal", esclarece a empresa.

 

Contactado pelo Negócios, o director financeiro da PSA Mangualde, Elísio Oliveira, explica que a organização industrial da unidade de Mangualde só consegue funcionar com equipas completas, não sendo por isso possível integrar alguns destes trabalhadores na estrutura fixa da empresa.

 

"Se mantivessemos três equipas, com a queda de volume de produção, matávamos a empresa", justifica Elísio Oliveira perante a decisão de manter apenas duas equipas em funcionamento perante o término da já referida produção extraordinária. "É a única forma de garantir a sustentabilidade e crescimento da empresa", assegura.

 

O director financeiro informa que "todos os trabalhadores foram, à partida, informados que o seu contrato era temporário". A vontade da empresa passa por reintegrá-los, "o mais rapidamente possível", caso surja um novo projecto que implique reforços de mão-de-obra. Para já, não há nenhuma indicação a esse nível.

 

A PSA Mangualde passa a empregar cerca de 820 colaboradores e a ter como referência uma produção de 192 veículos por dia.

 

Comissão de trabalhadores fala em "trabalho precário"

 

Jorge Abreu, coordenador da Comissão de Trabalhadores da PSA Mangualde, em declarações ao Negócios, conta que a notícia foi recebida "com grande tristeza" no seio da organização. "Consideramos lamentável que cerca de 300 funcionários que demonstraram dedicação à empresa vejam o seu posto de trabalho cair por terra", afirma.

 

A comissão esteve reunida na manhã desta quinta-feira, 29 de Maio, com a direcção da empresa para debater a questão, mas daí não saiu nenhum acordo, diz Jorge Abreu: "Não nos mostraram qualquer condição para inverter a situação".

 

"Isto para nós é trabalho precário. A empresa argumenta que aproveita oportunidades de produção, mas isto é um factor de precariedade numa enorme empresa", reforça.

 

Para o coordenador da Comissão de Trabalhadores é preciso "criar condições" para eliminar situações como esta, que já não são novas na PSA Mangualde. Jorge Abreu pede, por isso, uma maior atenção do governo português porque considera que o que está em causa é o próprio desenvolvimento económico do interior do país.

 

(Notícia actualizada às 12h25 com declarações ao Negócios de Elísio Oliveira, director financeiro da PSA Mangualde; actualizada novamente às 16:20 com declarações de Jorge Abreu, coordenador da Comissão de Trabalhadores da PSA Mangualde)

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