O grupo PSA vai baixar o número de modelos e apostar no sector “premium” para regressar aos lucros em 2018. Os objectivos foram indicados pelo CEO da PSA, Carlos Tavares, na apresentação do novo plano estratégico da fabricante francesa.

O número de modelos disponível vai passar de 45 para 26 até 2022. Já a gama “DS”, destinada ao sector “premium” vai ser separada da “marca-mãe”, Citroën.

Carlos Tavares quer que a marca francesa concorra com as congéneres alemãs – BMW, Mercedes e Audi – no sector dos carros de luxo: “vamos fabricar os carros certos. Assim que estes tiverem um forte apelo, mostrá-lo-emos aos compradores certos. Uma marca premium constrói-se em décadas; não em anos”, explicou, citado pela Bloomberg.

Até 2022, a gama “DS” será constituída por seis veículos e quer triplicar as vendas no mercado chinês. A parceria com a Dongfeng, que adquiriu recentemente 14% do capital da PSA, será um dos principais caminhos para a construtora francesa regressar aos lucros.

O responsável pelo grupo PSA salientou também que “a cultura do lucro é algo que temos de colocar à frente de tudo o resto”. Nos últimos dois anos e meio a marca registou perdas de 7,5 mil milhões de euros.

Carlos Tavares também quer regressar aos lucros na Rússia e na América Latina: “por que é que havemos de perder dinheiro na Rússia e na América Latina? Se fizermos bem as coisas, isto é, voltar aos nossos princípios, nós devemos garantir lucro”, comentou, citado pela Bloomberg.

 “O plano de reorganização é um requisito mínimo, mas é um começo”, comentou o analista do sector automóvel da International Strategy & Investment Group, Erich Hauser. Citado pela Bloomberg, Hauser classifica a PSA como um “grande navio, que não se espera que volte ao rumo [certo] em poucos anos”, referiu, citado pela Bloomberg.

Carlos Tavares é o CEO do grupo PSA desde 31 de Março de 2014. O gestor português de 55 anos substituiu Philippe Varin na liderança do segundo maior fabricante automóvel europeu.