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Acusação da Operação Marquês tem mão pesada no caso PT

O Ministério Público defende que Salgado direccionou dinheiro para Bava e Granadeiro para apoiarem a sua estratégia. Estado reclama 16,7 milhões de euros de indemnização a Zeinal.

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Ricardo Salgado é o terceiro acusado com mais crimes imputados, logo depois de Carlos Santos Silva e José Sócrates. E aparece como corruptor activo do ex-primeiro-ministro José Sócrates, para que este tomasse posições favoráveis às suas pretensões, como no caso da OPA (oferta pública de aquisição) da Sonae sobre a PT e na venda da Vivo e posterior entrada na brasileira Oi.

Na acusação, o Ministério Público aponta Sócrates como beneficiário de dinheiro de uma corrente iniciada em empresas do Grupo Espírito Santo e que passaram por Hélder Bataglia e por Pinto de Sousa, primo de Sócrates. Uma corrente que durou vários anos. Segundo a acusação, dos mais de 34 milhões que Sócrates recebeu entre 2006 e 2015, 21 milhões tiveram origem no GES.

Foi também por terem apoiado e até ajudado a sua estratégia que Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, segundo o Ministério Público, receberam dinheiro de Salgado. E por causa disso são-lhes imputados também vários crimes, entre os quais de corruptores passivos. E é por causa desses rendimentos que não pagaram impostos que o Ministério Público reclama uma indemnização ao Estado que, no caso de Zeinal Bava, atinge os 16,7 milhões de euros. Já Henrique Granadeiro terá de pagar 11,6 milhões individualmente e mais 4,7 milhões solidariamente com Ricardo Salgado. No total, e no âmbito da Operação Marquês, o Ministério Público contabiliza em mais de 58 milhões de euros as perdas causadas ao Estado pelos arguidos.
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