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Zeinal Bava: “Chegou o momento de tudo esclarecer"
O antigo presidente da Portugal Telecom vai ser ouvido esta quarta-feira no Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa, onde promete “esclarecer tudo”.
"Chegou agora o momento de, com serenidade, aqui no tribunal, tudo esclarecer e é isso que pretendo fazer", disse Zeinal Bava aos jornalistas à chegada ao Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) de Lisboa, onde vai prestar esclarecimentos.
"Tinha o direito de não falar, mas viajei de Londres justamente para poder vir aqui esclarecer tudo", disse Zeinal Bava, prometendo para o futuro mais declarações sobre o tema. Agora, o "que tenho a dizer, vou dizer no tribunal", avançou o antigo gestor, que chegou acompanhado pelo advogado José António Barreiros.
Nas declarações aos jornalistas, transmitidas pela SIC Notícias, Zeinal Bava dirigiu-se também "àqueles que durante anos me achincalharam por causa do infeliz acontecimento que aconteceu no Parlamento".
Em fevereiro de 2015, o antigo presidente da Portugal Telecom foi ao Parlamento no âmbito da comissão de inquérito à gestão do BES e do GES, tendo sido muito criticado por ter respondido muitas vezes aos deputados que não se lembrava dos factos sobre os quais estava a ser questionado.
Já depois dessa audição, Zeinal Bava foi acusado da prática de crimes de corrupção passiva, branqueamento de capitais, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada.
É devido a este caso que Bava foi chamado ao TCIC, onde vai ser inquirido pelo juiz de instrução Ivo Rosa.
O Ministério Público assegura que, entre dezembro de 2007 e setembro de 2011, o antigo presidente da PT recebeu mais de 25 milhões de euros através da Espírito Santo Enterprise, a sociedade que servia de saco azul do GES. O dinheiro acabou devolvido quase na totalidade cinco anos depois.
José Sócrates, Zeinal Bava e Henrique Granadeiro terão, segundo a acusação, recebido dinheiro para atuarem no interesse de Ricardo Salgado na PT. Salgado, segundo a acusação, conseguiu ao longo dos anos controlo sobre a administração da PT - decidindo quem compunha os seus órgãos sociais, além da nomeação direta de dois administradores do BES para a PT.