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Grécia reformula proposta de reformas

As autoridades gregas estão a ultimar um conjunto de alterações ao plano de medidas apresentado na semana passada ao Grupo de Bruxelas. A reunião entre os ministros das Finanças da Alemanha e da Grécia foi "amigável e produtiva" e o ministro francês adianta que a saída da Grécia do euro "não será um drama".

Bloomberg
08 de Junho de 2015 às 12:35
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A Grécia está a reformular o plano de reformas proposto na semana passada e rejeitado pelas instituições credoras. De acordo com o jornal grego Kathimerini, depois de não ter sido alcançado um acordo com os credores, as autoridades helénicas decidiram redefinir o plano de medidas apresentado há uma semana ao Grupo de Bruxelas.

 

Confrontado com a necessidade de ver desbloqueada a última tranche de 7,2 mil milhões de euros prevista no programa grego em curso até ao final deste mês, o governo liderado por Alexis Tsipras estará a concentrar esforços para se aproximar das metas orçamentais exigidas pelas instituições credoras.

 

O Kathimerini refere que Atenas pondera elevar os objectivos para o excedente orçamental primário face ao plano apresentado na semana passada. Subindo as metas de 0,6% e 1,5% para objectivos mais próximos dos 1% e 2% propostos pelos credores para 2015 e 2016, respectivamente.

 

No que concerne às metas orçamentais, apesar de aceitar aproximar-se das exigências dos parceiros, a Grécia permanece relutante em reformar o IVA para apenas dois escalões, de 11% e 23%, como pretendido pelos credores, o que significaria a supressão da pretendida taxa reduzida de 6%.

 

No entanto, se em termos fiscais e orçamentais há uma aproximação, os temas das pensões e do mercado laboral continuam a dividir as partes envolvidas nas negociações. Continua a faltar um acordo final sobre o plano de reformas que a Grécia terá de aplicar para que a quinta e última avaliação ao cumprimento do segundo memorando tenha nota positiva da troika.

 

O Kathimerini adianta que o Executivo de Tsipras "está preparado" para alterar a lei relativa às reformas antecipadas, uma medida que representa uma poupança de 100 milhões de euros, mas não estará disponível para ceder em relação ao valor das pensões na medida que defendem as instituições credoras. Também em relação às regras laborais continuam a subsistir diferenças.

 

Na passada sexta-feira, 5 de Junho, a Grécia pediu o adiamento do pagamento de cerca de 311 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI), evitando assim a entrada em incumprimento. Tendo em conta a escassez financeira que o país enfrenta, o governo grego disse pretender cumprir de uma assentada o pagamento de quase 1,6 mil milhões de euros previsto ao FMI durante o mês de Junho, assim as conversações permitam desbloquear os referidos 7,2 mil milhões de euros.

 

Depois de rejeitadas, tanto a proposta apresentada pela Grécia como aquela apresentada pelos credores, e que Tsipras classificou de "absurda" e "irrealista", o primeiro-ministro grego comprometeu-se a apresentar uma nova proposta aos parceiros.

 

Este domingo, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, acusou Tsipras de ter metido aos deputados gregos e lamentou que tenha falhado a apresentação de novas propostas. Juncker explicou que o governante grego se comprometeu a apresentar um novo plano ainda na passada quinta-feira à noite, tendo depois adiado para sexta-feira e, novamente, para sábado. Trata-se do plano que as autoridades gregas estão agora a ultimar.

Reunião "amigável e produtiva" entre Schäuble e Varoufakis

 

Entretanto, em Berlim, já terminou o encontro mantido esta segunda-feira, 8 de Junho, entre o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, e o seu homólogo alemão, Wolfgang Schäuble. Varoufakis considera ter sido uma reunião "amigável e produtiva", garantindo, porém, que não foram feitas negociações.
 

O arrastar das conversações e a continuação do impasse entre as partes tem levado, desde finais de Fevereiro, às constantes definições de datas limite para se atingir o pretendido acordo para um plano abrangente de reformas.

 

Agora é 14 de Junho a data limite, desta feita estabelecida pelas autoridades francesas. O ministro das Finanças francês, Michel Sapin, definiu o próximo domingo como data limite para um acordo, sublinhando que, citado pela Reuters, "não seria um drama para nós [Zona Euro] se a Grécia saísse do euro".

 

Apesar das declarações de Sapin, na próxima quarta-feira, Tsipras, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, reúnem-se em Bruxelas para tentar dar um impulso decisivo às conversações que se arrastam há já cerca de quatro meses. O programa de assistência helénico termina a 30 de Junho, data estabelecida por Schäuble como limite para se atingir um acordo final. 

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