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"Rally" do setor automóvel não é suficiente para acelerar Europa

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quinta-feira.

Eugene Hoshiko/AP
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10h20

"Rally" do setor automóvel não é suficiente para acelerar Europa

Os primeiros encontros presenciais com investidores estão a ser usados pelos gestores para atualizar estimativas e acalmar os receios sobre o impacto da guerra no mercado financeiro.

As bolsas europeias estão, maioritariamente, a corrigir dos ganhos avultados registados na sessão desta quarta-feira, quando foram impulsionadas por um "rally" no setor da defesa. O impacto do adiamento das tarifas sobre os automóveis vindos do México e Canadá por parte da administração Trump também já se faz sentir na Europa, com o setor a registar o melhor desempenho entre os seus pares. As fabricantes automóveis beneficiam ainda do novo plano de Bruxelas para o setor.

No entanto, esta valorização não está a ser suficiente para alavancar o principal índice europeu para território positivo. O Stoxx 600 recua 0,19% para 555,04 pontos, continuando a negociar, porém, perto de máximos históricos. Já o alemão DAX contraria a tendência europeia e avança 0,69%, com o grande peso do setor automóvel e o investimento planeado de milhares de milhões na defesa a darem força ao índice.

Em reação ao "passo atrás" da administração norte-americana, empresas como a Stellantis, a Volkswagen e a Mercedes registam todas subidas de mais de 2%. A Velo, que se dedica a fabricar componentes automóveis, está mesmo a disparar 5,36%, com estas cotadas a serem impulsionadas ainda pela flexibilização das regras para aferir o cumprimento das metas de emissões de dióxido de carbono por parte de Bruxelas. A Comissão Europeia avança com um pacote de quase quatro mil milhões de euros para apoiar o setor automóvel europeu, com particular foco nas baterias.

Apesar das quedas desta manhã, o Stoxx 600 continua a registar um ano bastante positivo e a ter um melhor desempenho do que o seu par norte-americano, o S&P 500. São quase 10 pontos percentuais que separam os dois índices – a maior distância com vantagem para o "benchmark" europeu em uma década. O sentimento tem sido impulsionado, maioritariamente, por perspetivas de um cessar-fogo na Ucrânia e a afirmação da independência militar da Europa face aos EUA.

Os investidores aguardam, agora, pela reunião do Banco Central Europeu (BCE), que se vai realizar esta quinta-feira. O mercado já incorporou um corte de 25 pontos base nas taxas de juro e espera que a instituição financeira liderada por Christine Lagarde carregue no botão de pausa do ciclo de alívio da política monetária. Como sempre, os holofotes apontam para o discurso de Lagarde após o fim da reunião.

Entre os restantes principais índices da Europa Ocidental, o francês CAC-40 avança 0,01% e o italiano FTSEMIB cresce 0,54%. Por sua vez, o espanhol IBEX 35 retrai 0,24%, o holandês AEX negoceia inalterado e o britânico FTSE 100 regista perdas de 0,84%.

09h50

Ouro recua com dólar a desacelerar perdas

A onça de ouro está a desvalorizar esta quinta-feira, pressionada pelo desaceleramento das quedas do dólar e numa altura em que as "yields" norte-americanas estão em ascensão. O metal precioso aguarda por um novo catalisador para quebrar o intervalo limitado em que tem negociado nas últimas sessões, que pode vir a materializar-se com os dados da criação de emprego divulgados esta sexta-feira.

O ouro recua 0,62% para 2.901,28 dólares por onça, enquanto o índice do dólar – que mede a força da moeda face às suas principais concorrentes – desvaloriza uns míseros 0,06%. "O índice do dólar recuperou de 104,01 para 104,18 pontos – o que pode ter pressionado ainda mais o metal amarelo", explica Jigar Trivedi, analista da Reliance Securities, à Reuters.

No entanto, e como explica Trivedi, o "tom geral continua a ser muito positivo para o ouro", principalmente numa altura em que a administração Trump continua a ponderar dar passos atrás na sua política comercial protecionista.

Por sua vez, o euro continua a negociar em máximos de quatro anos face ao dólar, apoiado pelos planos do novo Governo alemão, que pretende gastar 500 mil milhões de euros em infraestrutura e defesa. A moeda comum europeia recua ligeiramente 0,01% para 1,0788 dólares, enquanto a libra cai 0,13% para 1,2878 dólares. Já face à divisa japonesa, o dólar regista uma queda de 0,67% para 147,88 ienes.

09h44

Juros da dívida alemã e portuguesa em máximos de finais de 2023

Depois de terem vivido o pior dia desde o período conturbado em torno da queda do muro de Berlim, os juros da dívida pública alemã continuam numa trajetória ascendente. O novo Governo da Alemanha quer investir 500 mil milhões de euros em defesa e infraestrutura e os investidores estão a exigir, cada vez mais, um maior cupão para comprarem obrigações do país.

As "yields" das "Bunds" alemãs chegaram a disparar quase 14 pontos esta manhã, atingindo os 2,93% - um valor que já não era registado desde outubro de 2023. Entretanto, os juros das obrigações alemãs conseguiram desacelerar e encontram-se, neste momento, a agravar-se em 9,9 pontos base para 2,888%. O "sell-off" está a ser tão substancial que não só se alastrou à Europa, como foi além fronteiras e atingiu mercados em todo o mundo. As "yields" japonesas dispararam para o nível mais elevado desde 2009 e também na Austrália e na Nova Zelândia registaram-se grandes movimentações.

Voltando à Europa, a tendência de agravamento continua a ser observada nesta manhã. Os juros da dívida portuguesa estão a catapultar 10,5 pontos base para 3,388% - máximos de meados de novembro de 2023 -, enquanto as "yields" francesas crescem 9,8 pontos (3,585%), as espanholas sobem 10,2 pontos (3,497%) e as italianas disparam 10,1 pontos e voltam a aproximar-se dos 4%.

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08h05

Petróleo recupera ligeiramente de quedas avultadas

O barril de petróleo está a valorizar esta quinta-feira, depois de ter atingido o valor de fecho mais baixo em seis meses na sessão anterior. Isto, numa altura em que os mercados continuam incertos em relação à política comercial adotada pelos EUA, apesar de Donald Trump até ter recuado em relação ao setor automóvel.

A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os Estados Unidos (EUA) – recupera 0,78% para os 66,83 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – corrige 0,74% para os 69,81 dólares por barril.

Ambos os índices registaram quedas substanciais na sessão de ontem, pressionados ainda por um aumento das reservas de petróleo nos EUA e a abertura das "torneiras" por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+).

Só nas últimas quatro sessões, o Brent perdeu mais de 6% e caiu da barreira psicológica dos 70 dólares por barril. "As tarifas são, em última análise, inflacionistas e têm impacto nos padrões de consumo das pessoas – em particular no gasóleo, que está fortemente correlacionado com a procura industrial", começa por explicar June Goh, analista da Sparta Commodities, à Bloomberg.

"A imprevisibilidade das tarifas retaliatórias e recíprocas só acrescenta mais incerteza" a um mercado que tem tido dificuldades a encontrar uma direção, conclui.

07h56

"Sell-off" nas obrigações anima praças asiáticas e europeias. Alibaba dispara 8%

Com os investidores a fugirem dos juros da dívida e a optarem pelo risco, as bolsas asiáticas encerraram a sessão desta quinta-feira em território positivo, enquanto as praças europeias apontam para uma abertura no verde.

O sentimento está ainda a ser impulsionado pelo anúncio do Presidente dos EUA, Donald Trump, de isentar os fabricantes de automóveis das recentes tarifas de 25% impostas sobre o Canadá e México durante um mês. No entanto, as tarifas recíprocas vão entrar na mesma em vigor a partir do dia 2 de abril.

Pela China, o Hang Seng, de Hong Kong, viveu a melhor sessão em três anos, ao valorizar 2,6%, enquanto o Shanghai Composite cresceu 1,1%. As autoridades do país reiteraram, após o fim da reunião da Assembleia Popular Nacional, as metas de crescimento anuais de 5%, para além de terem decidido aumentar o tecto défice orçamental do país para o valor mais elevado em 30 anos (cerca de 4% do PIB).

As ações da tecnológica chinesa Alibaba, presente no índice Hang Seng, encerraram a sessão a valorizar mais de 8%, depois de ter revelado um novo modelo de inteligência artificial com um desempenho semelhante ao R1 da DeepSeek – mas que diz ser muito mais eficaz em termos de dados utilizados.

No Japão viveu-se uma das melhores sessões do ano, com o Topix a crescer 1,2% e o Nikkei 225 a subir 0,77%. Os juros da dívida japonesa, com maturidade a dez anos, acompanharam a tendência registada na Europa na quarta-feira, ao dispararem para o nível mais elevado desde 2009.

Já na Coreia do Sul, a inflação continua numa trajetória descendente e alcançou os 2% em fevereiro – apesar de ter ficado ligeiramente acima das expectativas dos analistas. Em reação, o Kospi conseguiu terminar a sessão em alta, valorizando 0,7%.

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