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Tsipras diz que solução para a Grécia está nas mãos dos líderes europeus

Num artigo de opinião no Le Monde, o primeiro-ministro grego aconselha os que desvalorizam o impacto de um agravar da crise grega a lerem o livro de Ernest Hemingway "Por quem os sinos dobram".  

12 de Fevereiro – Merkel antes do Conselho Europeu em que se encontrou pela primeira vez com Tsipras

“A Alemanha está pronta para fazer compromissos, mas também devo dizer que a credibilidade da Europa depende naturalmente do respeito pelas regras que fixámos e da confiança mútua”.
Reuters
Nuno Carregueiro nc@negocios.pt 31 de Maio de 2015 às 21:09

O primeiro-ministro grego, que este Domingo efectuou mais uma conferência telefónica com Merkel e Hollande para tentar desbloquear o impasse nas negociações, afirmou que um acordo final entre Atenas e os credores está dependente da vontade dos líderes europeus.

 

"Depois de significativas concessões por parte do Governo grego, a decisão não está nas mãos das instituições, mas sim nas mãos dos líderes da Europa", escreveu Alexis Tsipras num artigo de opinião publicado no jornal francês Le Monde.

 

"Se não chegamos ainda a acordo com os nossos parceiros, tal não se deve a intransigência da nossa parte e a uma posição incompreensível do lado grego", mas antes à "obsessão de alguns representantes de instituições credoras que insistem em soluções insensatas e indiferentes aos resultados das recentes eleições na Grécia".

 

Tsipras alertou que se o problema grego se agravar, a Grécia não será a única afectada. Aos que pensam o contrário aconselhou a leitura do livro "Por quem os sinos dobram", a obra de Ernest Hemingway dedicada à guerra civil em Espanha.

 

Lembrou que a Grécia já aceitou implementar muitas das reformas exigidas pelos credores, citando o reforço da independência do instituto de estatísticas do país e da justiça, bem como alterações que eliminam distorções e privilégios na economia grega. Na frente orçamental, recordou que o Governo está comprometido com a obtenção de um excedente orçamental primário este ano e em 2016 e valores mais elevados nos anos posteriores, "quando esperamos uma aceleração da taxa de crescimento da economia".

 

Além disso, "concordamos em prosseguir com o programa de privatizações" bem como implementar uma "reforma profunda no sistema do IVA" e no sistema da Segurança Social.

Opinião diferente sobre o impasse nas negociações tem o partido de Angela Merkel. Volker Kauder, da CDU, afirmou este domingo que "a bola está do lado da Grécia", que "tem que fazer o seu trabalho de casa" e "cumprir com o que se comprometeu". Ainda assim, admitiu que uma possível saída da Grécia do euro será "um problema para a Europa.

 

Mas também dentro de portas o líder do Governo grego está a enfrentar problemas. De acordo com o Telegraph, a ala mais à esquerda do Syriza quer uma "ruptura" com as políticas da troika e já se fala de rebelião dentro do partido liderado por Tsipras.

    

 

 

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