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Tsipras em Bruxelas para receber a proposta final dos credores (act2.)
Quando faltam dois dias para Atenas reembolsar o FMI, o primeiro-ministro Alexis Tsipras tem viagem marcada para Bruxelas, onde lhe deverá ser apresentada uma proposta final com vista a um acordo. A uma televisão helénica, o líder grego apontou que ainda não tem um "feedback" relativamente às suas propostas.
O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras estará esta quarta-feira, 3 de Junho, em Bruxelas, para receber a proposta final dos credores com vista a que seja finalmente fechado um acordo que permita à Grécia receber a última tranche do programa de ajuda externo e evitar um incumprimento na sexta-feira.
Na reunião que teve lugar na segunda-feira à noite em Berlim entre o FMI, BCE, Comissão Europeia e os líderes de França e Alemanha, os credores chegaram a um entendimento sobre as condições que exigem à Grécia para que seja aprovado o cheque de mais de 7 mil milhões de euros.
Tsipras tem assim um encontro marcado com Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, que lhe deverá apresentar o plano que deverá permitir à Grécia receber mais financiamento e evitar um incumprimento no reembolso ao FMI previsto para sexta-feira, no montante de 311 milhões de euros.
Em declarações a uma televisão grega, citadas pela Bloomberg, Alexis Tsipras revelou que ainda não recebeu feedback em relação às propostas que Atenas fez, no entanto, assegurou que as propostas helénicas vão colocar um ponto final nos cenários que sugerem que a Grécia vai sair do euro.
"Vou explicar a Juncker que hoje, mais do que nunca, é necessário que as instituições e a liderança política na Europa avancem com realismo" pelo "bem de uma Europa unida", afirmou Tsipras.
Entretanto, fonte europeia revelou à Bloomberg, que Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, Alexis Tsipras e elementos do Banco Central Europeu, FMI e Comissão Europeia vão encontrar-se esta noite em Bruxelas. Porém, um porta-voz do Governo grego já veio dizer que Tsipras não vai encontrar-se com Dijsselbloem.
Do lado grego tem sido repetido que um acordo está iminente e só depende da vontade dos credores, embora do lado das instituições europeias as declarações sejam mais prudentes. Embora reconheça o avanço da Grécia nas negociações, o presidente do Eurogrupo disse ontem que os progressos continuam a não ser suficientes para que seja possível fechar um acordo esta semana.
O governo Syriza pretende evitar cortes nas pensões e uma reforma ao mercado laboral do país, bem como a redução das taxas de IVA para apenas dois escalões. Tudo "linhas vermelhas" que ao longo da campanha eleitoral de Janeiro último, a coligação de esquerda radical prometeu não ultrapassar.
Contudo, aplicar medidas nestas áreas é uma exigência dos três credores que compõem o Grupo de Bruxelas. Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, esclarece precisamente que "não é correcto pensar que podemos encontrar-nos a meio caminho", dando a entender que Atenas terá de aceitar as condições exigidas pelas instituições credoras
Há cerca de três semanas, as autoridades helénicas reconheciam que não teriam condições para cumprir o pagamento do FMI, a menos que fosse alcançado um acordo. "A necessidade de um acordo é tão grande, depois de um período tão prolongado de escassa liquidez, que o alívio para os gregos será enventualmente mais forte do que os custos de um compromisso com os credores", comentou à Bloomberg George Pagaulatos, professor da Universidade de Atenas.
(Notícia actualizada às 10h01 com o encontro entre Alexis Tsipras e Comissão Europeia, FMI e BCE. Notícia actualizada pela segunda vez às 11h44 com as declarações de Alexis Tsipras)