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Encontro entre Tsipras e Juncker confirmado mas sem garantias de acordo

O encontro entre o presidente da Comissão Europeia e o primeiro-ministro grego foi confirmado por Bruxelas. No entanto, a Comissão Europeia alerta que será pouco provável alcançar um acordo esta quarta-feira.

Reuters
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Está confirmado. Alexis Tsipras, primeiro-ministro grego, e Jean-Claude Juncker (ambos na foto) encontram-se esta noite em Bruxelas para debater a situação da Grécia. O porta-voz da Comissão Europeia Margaritis Schinas, citado pelo The Guardian, confirmou o encontro mas alertou que é pouco provável que seja alcançado um acordo esta noite entre as instituições e Atenas.

 

Em declarações a uma televisão grega, citadas pela Bloomberg, Alexis Tsipras revelou que ainda não recebeu feedback em relação às propostas que Atenas fez. No entanto, assegurou que as propostas helénicas vão colocar um ponto final nos cenários que sugerem que a Grécia vai sair do euro. "Vou explicar a [Jean-Claude] Juncker que hoje, mais do que nunca, é necessário que as instituições e a liderança política na Europa avancem com realismo" pelo "bem de uma Europa unida", afirmou Tsipras.

 

Se é certo que Tsipras e Juncker vão encontrar-se, a presença de Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, não está garantida. Ao início da manhã desta quarta-feira surgiram notícias que indicavam a realização deste encontro entre Juncker e Tsipras. Horas depois, uma fonte europeia da agência Bloomberg que pediu o anonimato, revelou que Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, Alexis Tsipras e representantes do Banco Central Europeu, FMI e Comissão Europeia vão encontrar-se esta noite em Bruxelas. Porém, um porta-voz do Governo grego já veio dizer que Tsipras não vai encontrar-se com Dijsselbloem. Para já, a presença de Dijsselbloem ainda não foi confirmada oficialmente.

 

Ainda que um acordo possa não ser alcançado hoje, poderá estar para breve. A ministra portuguesa das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que está em Paris na OCDE, citada pela Bloomberg, apontou que um acordo entre os credores internacionais e a Grécia pode "chegar brevemente".

 

No mesmo sentido vão as palavras do ministro espanhol das Finanças, Luis de Guindos. O responsável que está também na OCDE na capital francesa afirmou que está "totalmente seguro" que um acordo vai ser alcançado e que a Zona Euro é um clube no qual se "pode fazer o 'check in' mas não o 'check out'". "Queremos ter uma lista de reformas que aumente as taxas de crescimento da Grécia. No passado mostramos flexibilidade e estamos totalmente disponíveis para mostrar essa flexibilidade no futuro. O principal objectivo de todos é fazer com que a Grécia cresça novamente. Se não alcançarmos esse objectivo, todos vamos falhar", acrescentou Luis de Guindos, citado pela Bloomberg.

 

Pagamento ao FMI

 

Na próxima sexta-feira, 5 de Junho, a Grécia tem de reembolsar mais de 300 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Esta manhã, o porta-voz do Governo de Atenas, Nikos Filis, avançou que a Grécia não vai reembolsar o Fundo se um acordo não for alcançado até dia 5 de Junho.

 

Em declarações à estação grega Mega Tv, citadas pelo The Guardian, Filis apontou que se "não existir uma perspectiva de um acordo até sexta-feira ou segunda-feira, não sei até quando exactamente, nós não vamos pagar". Se for alcançado um acordo até sexta-feira, vai ser desbloqueada uma tranche de financiamento no valor de 7,2 mil milhões de euros, o que vai permitir à Grécia honrar os seus compromissos. Caso Atenas não proceda ao pagamento na sexta-feira isso representará um incumprimento.

 

Cortes nas pensões pode ser um ponto de discórdia

 

O governo Syriza pretende evitar cortes nas pensões e uma reforma ao mercado laboral do país, bem como a redução das taxas de IVA para apenas dois escalões. Tudo "linhas vermelhas" que ao longo da campanha eleitoral de Janeiro último, a coligação de esquerda radical prometeu não ultrapassar.

 

Contudo, aplicar medidas nestas áreas é uma exigência dos três credores que compõem o Grupo de Bruxelas. Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, esclarece precisamente que "não é correcto pensar que podemos encontrar-nos a meio caminho", dando a entender que Atenas terá de aceitar as condições exigidas pelas instituições credoras

 

Há cerca de três semanas, as autoridades helénicas reconheciam que não teriam condições para cumprir o pagamento do FMI, a menos que fosse alcançado um acordo. "A necessidade de um acordo é tão grande, depois de um período tão prolongado de escassa liquidez, que o alívio para os gregos será enventualmente mais forte do que os custos de um compromisso com os credores", comentou à Bloomberg George Pagaulatos, professor da Universidade de Atenas. 

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