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Galamba faz "mea culpa" no hidrogénio verde. "Fui demasiado entusiasta"

O ex-governante e agora consultor na área da energia deixa críticas ao PNEC 2030 por ser demasiado ainda ambicioso no hidrogénio e pouco ambicioso no armazenamento, nomeadamente ao nível da bombagem hídrica.

Alexandre Azevedo
12 de Setembro de 2024 às 14:08
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Agora a trabalhar como consultor na área da energia, depois de ter sido secretário de Estado da Energia e ministro das Infraestruturas, e de ter sido constituído arguido no âmbito da Operação Influencer, João Galamba assumiu hoje o seu excesso de entusiasmo em relação ao papel de Portugal como país produtor e exportador de hidrogénio verde. 

"Aqui faço um 'mea culpa' por ter sido demasiado entusiasta do hidrogénio. Hoje atribuo um papel menos relevante ao hidrogénio e tenho uma visão mais focada do uso do hidrogénio que se resume ao setor da aviação e ao setor do transporte marítimo", disse na conferência Energy 2024, do ECO/Capital Verde.  

O ex-governante defende que "os projetos que temos hoje mais maduros são precisamente nestas áreas, da amónia, metanol, e para isso que o hidrogénio deve ser produzido e utilizado".

Pelo contrário, o seu uso "como substituto do gás natural em processos térmicos" não é o mais indicado. "Tenho cada vez menos dúvidas que a eletricidade é a solução alternativa que melhor se adapta aqui", defendeu. 

No contexto do PNEC 2030, que reviu as metas do hidrogénio em baixa até 2030 (de 5,5 para 3,5 GW), Galamba concorda com os objetivos mais moderados e defende até que o plano é ainda "demasiado ambicioso no hidrogénio, porque grande parte do aumento do consumo de eletricidade no futuro será para o produzir". 

Sobre as metas do plano, critica ainda a falta de ambição ao nível do armazenamento, nomeadamento ao nível da bombagem nas barragens. "Não compreendo como é que Portugal quer duplicar o consumo da eletricidade e deixa a bombagem quase na mesma quando o país tem enorme potencial subaproveitado. E há novos projetos a surgir, comma Iberdrola a querer duplicar a capacidade bombagem no Tâmega, por exemplo", diz. 

O PNEC prevê até 2030 1 GW de baterias e mais 300 MW de reforço da capacidade de bombagem no Alto Lindoso. "Temos de ser mais ambiciosos e apontar para 1 ou 2 GW", rematou, lembrando que os projetos nesta área dependem de concessões públicas e precisa da iniciativa do Estado. 

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