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OCDE antecipa aceleração no crescimento dos EUA e Alemanha e estagnação na Grécia

As economias da OCDE deverão crescer 1,9% em 2015 e acelerar o ritmo de crescimento para os 2,5% em 2016, segundo as previsões da própria Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), hoje divulgadas.

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OECD Cuts Global Growth Outlook to 3.1% Expansion
03 de Junho de 2015 às 12:12
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De acordo com o 'Economic Outlook', conhecido hoje, a OCDE escreve que o crescimento global deverá reforçar-se ao longo de 2015 e 2016 "mas permanecer modesto em relação ao período pré-crise" e alerta que "o investimento, uma componente crucial nestas previsões, ainda tem de disparar".

 

A organização liderada pelo mexicano Angel Gurría alerta para a existência de riscos às projeções que hoje divulgadas, nomeadamente "perturbações geopolíticas e estabilidade financeira severa", mas também a ausência de um "acordo satisfatório" entre a Grécia e os seus credores.

 

Estados Unidos da América

 

A OCDE prevê que, depois de o crescimento económico dos Estados Unidos da América ter abrandado no início do ano, acabe por crescer 2% em 2015 e 2,8% em 2016 e que o mercado de trabalho continue a melhorar, caindo a taxa de desemprego para os 5,2% no próximo ano.

 

Quanto à consolidação orçamental, a OCDE sublinha que o défice continua a ser reduzido, o que se deve, por um lado, às medidas tomadas e, por outro, à recuperação económica, acrescentando que "são desejáveis" medidas para combater os desafios orçamentais que persistem no longo prazo.

 

A OCDE aponta ainda que a recuperação do investimento tem sido fraca e defende que, tendo em conta que as taxas de juro estão em níveis historicamente baixos, os vários níveis de governo "têm margem para acelerar a despesa de investimento".

 

Japão

 

A economia nipónica deverá crescer 0,7% este ano e 1,4% em 2016, apoiada pela queda do preço do petróleo e pelos ganhos nos salários reais, segundo a OCDE, que espera que a inflação comece a subir na segunda metade de 2015, chegando aos 1,5% no final de 2016, e que a taxa de desemprego continue a cair.

 

A OCDE recomenda que a política monetária do Banco do Japão, tanto quantitativa como qualitativa, "deve continuar até que o objetivo de ter uma inflação de 2% seja sustentadamente alcançado" e entende que "a redução da dívida pública continua a ser uma prioridade, tendo em conta que a dívida pública está nos 230% do Produto Interno Bruto (PIB)".

 

Alemanha

 

A OCDE prevê que a economia alemã cresça 1,6% este ano e 2,3% no próximo, motivada sobretudo pelo aumento das exportações criado pela quebra no preço do petróleo e pela depreciação do euro.

 

A taxa de desemprego deverá descer apenas 0,2 pontos percentuais entre os dois anos, representando 4,5% da população activa em 2016.

 

A Alemanha deverá continuar a apresentar excedentes orçamentais, de 0,5% do PIB este ano e de 1,1% do PIB no próximo, mas a OCDE defende que no curto prazo o Governo alemão use o excedente estrutural para estimular o crescimento económico e desenvolver programas sociais para a educação de jovens com contextos socioeconómicos frágeis.

 

França

 

A OCDE estima que a economia francesa cresça 1,1% este ano e 1,7% no próximo, devido às condições favoráveis na zona euro, embora a fraca confiança empresarial ainda pese no investimento e prejudique a queda da taxa de desemprego, que deverá descer apenas 0,1 ponto percentual até 2016.

 

A instituição defende que o Governo francês terá de cortar ainda mais na despesa para reduzir o défice, pedindo uma consolidação orçamental de 1% do PIB aos franceses. Para a França, a OCDE estima um défice orçamental de 3,8% este ano e de 3,2% no próximo.

 

Itália

 

Depois de uma longa recessão, a economia italiana deverá crescer 0,6% este ano e acelerar o ritmo de crescimento para os 1,5% em 2016, segundo as previsões da OCDE, que antecipa que as exportações vão continuar a apoiar o crescimento e que esta melhoria da actividade económica vai gerar ganhos no mercado de trabalho e um declínio na taxa de desemprego, "que vai continuar alta" (nos 12,1% em 2016).

 

A OCDE considera que a política orçamental de Itália deve ter como objectivo "uma consolidação gradual, mas firme, de maneira a não estrangular a recuperação económica incipiente", respeitando inteiramente as regras orçamentais europeias e reduzindo a dívida pública.

 

Segundo as previsões da organização com sede em Paris, o défice orçamental deverá atingir 2,6% do PIB em 2015 e descer para os 2% no próximo ano.

 

"O governo deve continuar a levar a cabo o seu plano abrangente de reformas estruturais, que vão melhorar a confiança e provocar um crescimento mais sustentado e mais inclusivo", defende a organização.

 

Espanha

 

A OCDE estima que a economia espanhola apresente uma recuperação robusta neste ano e no próximo (com crescimentos de 2,9 e 2,8%, respectivamente), motivada sobretudo por condições externas favoráveis.

 

Já o desemprego deverá diminuir mantendo-se, no entanto, elevado com a taxa de desemprego a atingir os 22,3% em 2015 e os 20,3% no próximo ano.

 

A instituição defende que o Governo espanhol deve continuar a reduzir o défice orçamental, que estima ser de 4,4% este ano e de 3% no próximo, para conseguir que a dívida pública entre numa trajetória descendente: a OCDE prevê que a dívida do Estado espanhol suba para os 98,9% este ano e para os 99,1% do PIB no próximo.

 

Grécia

 

A OCDE admite que a economia grega apresente em 2015 um crescimento praticamente nulo face a 2014 (0,1%), devido sobretudo à incerteza criada pela falta de acordo com os credores internacionais e à deterioração das condições de liquidez, que minaram a confiança dos investidores. No entanto, espera que economia cresça 2,3% em 2016.

 

O desemprego deverá descer dos 25,7% em 2015 para 24,7% no próximo ano, estima a OCDE.

 

Os encargos com a dívida vão permanecer muito elevados: na verdade, a instituição estima mesmo que a dívida pública ainda suba este ano, alcançando os 180% do PIB, prevendo que comece a descer em 2016, para os 178,1%.

 

"A sustentabilidade orçamental obriga a restrições prolongadas no tempo", defende a OCDE, estimando que o défice orçamental da Grécia fique nos 3,4% este ano, descendo para os 2,8% em 2016.

 

Irlanda

 

A OCDE estima que a economia irlandesa cresça 3,5% este ano, mas que o ritmo de recuperação diminua ligeiramente em 2016, para 3,3%, mantendo-se, ainda assim, "robusto", devido à força das exportações e do aumento do consumo interno, que será maior à medida que o desemprego diminua (de 9,9% para 9,2% nos dois anos) e que os salários aumentem.

 

Com a economia a crescer de forma significativa, o desemprego deverá descer de 9,9% em 2015 para 9,2% em 2016.

 

Por outro lado, o aumento das receitas e a redução das taxas de juro "devem ser usadas para reduzir mais rapidamente a ainda elevada dívida pública", que a OCDE estima que desça de 107,7% este ano para os 104,6% em 2016.

 

A Irlanda, segundo as estimativas da OCDE, deve apresentar um défice orçamental de 2,5% este ano e de 1,9% no próximo.

 

Reino Unido

 

A OCDE espera que a economia britânica continue a crescer a um "ritmo sólido" em 2015 e em 2016, para os 2,4% e os 2,3% respectivamente, o que se deverá à procura interna.

 

A taxa de desemprego deverá cair para perto dos 5% ao longo do período da projeção e a taxa de inflação deverá subir para os 2%.

 

Quanto à consolidação orçamental, a OCDE recorda que o orçamento de março traçou uma estratégia mais forte para 2016 e 2017, prevendo-se que o ajustamento se faça sobretudo do lado da despesa, e sublinha que "é importante que as medidas de ajustamento que ainda estão por definir sejam justas".

 

O valor do défice em percentagem do PIB deverá ser de 4% em 2015 e de 2,5% no próximo ano.

 

Além disso, a organização com sede em Paris considera que o Reino Unido precisa de "um investimento mais forte" para "relançar a produtividade do trabalho, os salários e a competitividade", o que exige um maior acesso ao financiamento para as empresas, regulamentos de ordenamento do território menos restritivos e melhores infra-estruturas.

 

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