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Tsipras considera proposta dos credores gregos "absurda"

Primeiro-ministro grego disse esta tarde, no parlamento, em Atenas, que "as propostas apresentadas pelos credores são irrealistas". Ainda assim, Tsipras disse estar confiante de que a Grécia está mais perto de um acordo do que nunca.

Bloomberg
05 de Junho de 2015 às 19:21
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"Absurda" e "irrealista". É desta forma que Alexis Tsipras, primeiro-ministro grego, classifica a proposta apresentada pelos credores a Atenas.

 

A reacção às medidas que os representantes da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional (FMI) querem ver cumpridas pela Grécia foram conhecidas durante uma intervenção de Tsipras, esta sexta-feira, 5 de Junho, no parlamento grego, onde também exortou os credores a aceitar a proposta feita pelo seu governo.

 

"As propostas apresentadas pelos credores são irrealistas", disse Tsipras, acrescentando que as mesmas não levaram em linha de conta um terreno comum encontrado entre os dois lados durante quatro meses de negociações. "O governo grego não pode concordar com propostas absurdas", afirmou Tsipras, citado pela agência Reuters.

 

O Governo grego foi presenteado esta semana pelos credores com uma proposta de compromisso considerada difícil, por cruzar muitas das suas "linhas vermelhas", incluindo aumentos de impostos, privatizações e reforma do sistema de pensões.

Entre os principais pontos de atrito estarão, segundo fontes do Governo citadas pelas agências internacionais, a exigência de um aumento do IVA na factura de electricidade em 10 pontos percentuais (para 23% ) e novos cortes nas pensões mais baixas (45 % do total das reformas correspondem a menos de 600 euros).

 

Em contrapartida, um documento de 47 páginas que descreve a proposta do governo grego para um acordo com os credores do país foi divulgada sexta-feira pelo Financial Times. As medidas avançadas incluem uma reforma do IVA, que envolve a criação de três taxas - 6%, 11% e 23%. A taxa de 6% incidiria sobre o sector da saúde, livros e teatros; a taxa de 11% cobriria jornais e revistas, alimentação, energia, água, hotéis e restaurantes; enquanto a taxa de 23% cobriria todos os outros bens e serviços.

 

A proposta inclui também uma supressão gradual dos reformas antecipadas, o que ocorrerá entre 2016 e 2025, enquanto o aumento das sanções para a aposentação antes de 62 anos de idade em 10%, passando dos atuais pena de 6% em vigor.

O plano prevê ainda a redução da dívida, que actualmente ascende quase a 180% do Produto Interno Bruto, para 93% em 2020 e para 60% em 2030. Propõe também que o Mecanismo Europeu de Estabilidade assuma as dívidas do Estado grego actualmente na posse do Banco Central Europeu, e que têm o valor total de 27 mil milhões de euros.

 

Ao transferir a dívida do BCE para o MEE, a Grécia receberia um duplo benefício: por um lado, fazer pagamentos mais baixos do que os devidos ao BCE e, por outro, o novo empréstimo venceria mais tarde.

 

No que pareceu ser uma ameaça contra os credores, mas também um discurso para consumo interno, o primeiro-ministro grego fez saber, no parlamento, que o seu país está preparado para se movimentar de forma unilateral, se as suas exigências não fossem atendidas.

 

Ainda assim, Tsipras disse estar confiante de que a Grécia está mais perto de um acordo do que nunca, e que a nova proposta grega, conhecida sexta-feira, tomou as necessidades dos credores em conta.

 

 

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