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Rajoy avisa que Madrid fará tudo para travar independência da Catalunha

O primeiro-ministro espanhol voltou a garantir que o Estado espanhol recorrerá a "todos os mecanismos políticos e jurídicos" para impedir os intentos soberanistas das forças políticas independentistas da Catalunha.

Bloomberg
27 de Outubro de 2015 às 16:04
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À moção apresentada esta terça-feira, 27 de Outubro, pela aliança Juntos pelo Sim e pela CUP, que declara "o início do processo de criação do Estado catalão independente", Mariano Rajoy garante que o Estado espanhol fará tudo o que estiver ao seu alcance para defender a lei e a Constituição espanhola, e assim impedir a independência da Catalunha.

 

Numa comunicação feita ao início da tarde, o primeiro-ministro espanhol garantiu que "o Estado não vai renunciar ao recurso de todos os mecanismos políticos e jurídicos que, para a defesa da soberania do povo espanhol e do interesse geral de Espanha, lhe atribuem a Constituição e as leis". Num discurso marcado pelo dramatismo, Mariano Rajoy prosseguiu avisando "aqueles que querem separar e dividir a Catalunha e a Espanha que não vão consegui-lo".

 

O governante espanhol, que noutras ocasiões já havia dito que Madrid tudo faria para deter o processo soberanista pretendido pelo Governo autonómico da Catalunha (Generalitat), acrescentou ainda que "não o vão fazer porque vão contra a maioria dos catalães e do conjunto dos espanhóis. Têm em frente a lei e um Governo disposto a fazê-la valer".

 

De acordo com o El País, o líder conservador terá também telefonado aos restantes líderes dos principais partidos espanhóis, deixando de fora, todavia, Pablo Iglesias, do Podemos. Rajoy conversou com Pedro Sánchez, secretário-geral do PSOE, e com Albert Rivera, do Cidadãos, com os quais terá chegado a acordo sobre a necessidade de os "princípios gerais" da lei fundamental espanhola serem escrupulosamente cumpridos, isto de forma a evitar a independência catalã.

 

Esta manhã, foi entregue no Parlamento da Catalunha, cujos deputados eleitos nas eleições autonómicas de 27 de Setembro tomaram ontem posse, uma moção conjunta que prevê o início do processo independentista. Rajoy garante tratar-se de uma "provocação daqueles que ignoram a lei porque a lei não está do seu lado". O primeiro-ministro garantiu mesmo que "enquanto eu for chefe do Governo de uma nação de cidadãos livres e iguais, a justiça prevalecerá face à insensatez".

 

Entretanto o PP já começou a agir. Os deputados do PP eleitos para o Parlamento catalão, estão já a preparar uma petição para que seja reconsiderada a iniciativa pelos outros deputados. No entanto, este deverá ser um procedimento pouco eficaz, dado que a coligação soberanista Juntos pelo Sim e a CUP têm, em conjunto, a maioria dos mandatos do Parlamento da Catalunha. Só depois deste passo que a imprensa espanhola designa de meramente burocrático, é que o PP avançará para o Constitucional.

 

Artur Mas, presidente em funções e líder da Convergência Democrática da Catalunha (CDC), que faz parte da aliança Juntos pelo Sim, é arguido num processo relacionado com a realização de uma consulta popular não vinculativa a 9 de Novembro do ano passado e que serviu para substituir o referendo sobre a independência catalã. Tanto o referendo como a consulta foram chumbados pelo Tribunal Constitucional. 

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