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Catalunha: Independência com maioria no Parlamento mas não nos votos

Os independentistas venceram as eleições regionais na Catalunha e conquistaram a maioria dos mandatos. Mas a maioria do eleitorado votou em partidos unionistas, o que diminui a vitória dos soberanistas. Cidadãos passa a segundo partido na região.

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27 de Setembro de 2015 às 22:40
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"Claro que é um plebiscito", garantiu Artur Mar, presidente do Governo autonómico (Generalitat) da Catalunha e candidato pela coligação pró-independência Juntos pelo Sim, que venceu as eleições autonómicas de ontem. Quanto estavam contabilizados 94,76% dos  votos, a aliança Juntos pelo Sim registava 39,61% e elegia 62 deputados.

Artur Mas foi secundado por Raül Romeva, cabeça-de-lista da coligação que integra a Convergência Democrática da Catalunha (CDC) do actual presidente da Generalitat, a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), liderada por Oriol Junqueras, e ainda um conjunto de associações cívicas independentistas, que proclamou que "o sim venceu o não".

 A leitura da aliança Juntos pelo Sim é simples: o acto eleitoral deste domingo era um plebiscito à independência da Catalunha e os catalães votaram a favor da independência. "Ninguém pode dizer que, a partir de agora, não temos legitimidade para fazer o que queremos fazer", acrescentou Romeva.

Artur Mas, que referira que estas eleições serviriam para avaliar "se os catalães querem um Estado independente", reforçou "o carácter plebiscitário" do acto eleitoral devido à "participação eleitoral superior a 76%, algo que nunca se tinha vivido na Catalunha". A mobilização eleitoral foi uma das realidades marcantes destas eleições autonómicas. À hora de fecho desta edição, dos cerca de 5,5 milhões de eleitores inscritos, tinham votado 77,46%, o que compara com a participação de 69,56% verificada nas últimas eleições autonómicas, em 2012.

 

Independentistas sem maioria dos votos

 

No entanto, a coligação Juntos pelo Sim ficou aquém dos 68 mandatos parlamentares necessários para alcançar a maioria absoluta no Parlamento da região. Como tal, esta aliança terá de se juntar ao partido radical independentista, Candidatura de Unidade Popular (CUP), que obteve 10 assentos, para chegar à pretendida maioria parlamentar.

Contudo, mesmo que se confirme uma aliança entre a CUP e a coligação Juntos pelo Sim, verifica-se que os votos recolhidos por estas duas forças não permitem chegar à maioria dos votos. Uu seja, mais de metade do eleitorado catalão votou em partidos unionistas e, ou, federalistas.

A maioria dos mandatos e dos votos era importante para reforçar a legitimidade do processo soberanista junto de Madrid. Todavia, quando antecipou estas eleições, Artur Mas fez questão de elucidar que uma maioria de 68 deputados seria suficiente para avançar, no prazo de seis meses, com uma Declaração Unilateral de Independência. O que daria início a um processo de secessão face a Madrid que deveria estar concluído em 18 meses com a realização de um referendo popular, algo que a Constituição espanhola não permite.

Apesar de uma vitória que relegitima as pretensões das forças independentistas, a Generalitat aposta tudo na dispersão eleitoral nas eleições nacionais de Novembro para conseguir concessões de Madrid.

Excluindo os partidos independentistas, o Cidadãos, partido nascido em 2006, na Catalunha, e que tem vindo a conquistar uma crescente relevância nacional, foi o vencedor entre as forças unionistas. Depois dos 9 mandatos alcançados nas eleições autonómicas de 2012, o partido liderado por Albert Rivera consegue agora eleger 25 deputados, tornando-se no segundo maior partido do Parlamento catalão.

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