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Bombista suicida do metro ligado aos ataques terroristas de Paris

A procuradoria belga avançou que Khalid el-Bakraoui, bombista suicida do metro de Bruxelas, tinha um mandado de busca internacional por suspeitas de estar ligado aos ataques terroristas de Paris.

Reuters
24 de Março de 2016 às 16:29
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Depois de as declarações do presidente turco Recep Erdogan terem levantado dúvidas sobre a eficiência dos serviços de segurança belgas, e de os ministros do Interior e da Justiça da Bélgica terem colocado o seu cargo à disposição, a informação de que – contrariamente ao avançado anteriormente pelas autoridades – um dos irmãos el-Bakraoui tinha antecedentes ligados ao terrorismo volta a lançar uma sombra sobre o curso das investigações.

Escreve o Politico que o bombista suicida que matou 20 pessoas no metro de Bruxelas na passada terça-feira já era suspeito de estar ligado aos ataques de Paris que aconteceram em Novembro. A informação foi avançada pela procuradoria belga e contraria o que foi avançado pelos procuradores ontem em conferência de imprensa.

Segundo uma nota da procuradoria, existia um mandado de busca europeu e internacional por Khalid el-Bakraoui, que se fez explodir no metro, emitido em Dezembro passado pelo juiz responsável pelas investigações dos atentados terroristas de Paris.

"O sujeito era suspeito de ter arrendado, com recurso a uma identificação belga falsa com o nome Ibrahim Maaroufi, um quarto na Rue Fort em Charleroi que foi usado como esconderijo para o grupo terrorista implicado nos ataques de Paris", refere a nota.

Estas informações contrariam as declarações feitas pelos procuradores belgas à imprensa esta quarta-feira. As autoridades adiantaram à imprensa que os irmãos Khalid el-Bakraoui e Ibrahim el-Bakraoui – que se fez explodir no aeroporto de Zaventem em Bruxelas – tinham antecedentes criminais, mas "não ligados ao terrorismo".

Esta informação foi colocada em causa no próprio dia pelo presidente turco Recep Tayyip Erdogan que disse em conferência de imprensa que um dos perpetradores dos atentados terroristas em Bruxelas – posteriormente identificado pela presidência turca como Ibrahim El Bakraoui, que se fez explodir no aeroporto de Zaventem - foi detido na Turquia em Junho do ano passado e deportado para a Holanda.

Segundo Erdogan, as autoridades belgas e holandesas foram alertadas de que este se tratava de um terrorista. "Apesar dos nossos alertas de que esta pessoa era um terrorista estrangeiro, a Bélgica não conseguiu estabelecer ligações entre este e o terrorismo", acrescentou, citado pelo The Independent.

Na sequência destas declarações, os ministros belgas do Interior e da Justiça colocaram os seus lugares à disposição, mas o primeiro-ministro Charles Michel não aceitou a resignação dos dois responsáveis políticos porque "em tempo de guerra não se abandona o campo de batalha", cita a Reuters.

As autoridades holandesas também já reagiram. Na tarde desta quinta-feira, o ministro da Justiça, Ard van der Steur, disse em conferência de imprensa que o suspeito que se fez explodir no aeroporto não figurava nas listas de procurados.

"Confirmámos com os nossos colegas belgas, alemães e turcos e, em todos os casos, ele não estava registado nos sistemas", disse Van der Steur, citado pela Reuters, em referência a Ibrahim El Bakraoui.

Bruxelas foi alvo de dois atentados terroristas esta terça-feira. Explosões no aeroporto de Zaventem e no metro de Maelbeek provocaram 31 vítimas mortais e 300 feridos, dos quais 150 se mantêm no hospital, sendo que 61 estão ainda em estado crítico, segundo informações veiculadas pela ministra da Saúde belga Maggie de Block. A cidade está em alerta máximo, o autoproclamado Estado Islâmico já reivindicou o ataque, e em Bruxelas está em curso uma caça ao homem.

Até ao momento foram identificados três dos envolvidos nestes ataques: os irmãos el-Bakraoui e Najim Laachraoui, que, avança a imprensa francesa e belga, será o segundo bombista suicida do aeroporto de Bruxelas.

Está ainda por identificar um terceiro homem, vestido de branco e com chapéu, que acompanhava os dois bombistas suicidas do aeroporto.

Está também em curso uma operação para identificar um homem filmado na companhia de Khalid el-Bakraoui pouco antes de este se fazer explodir no metro de Bruxelas, escreve o The Guardian.

(Notícia actualizada com mais informação às 18:18)

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