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Bruxelas: polícia do aeroporto denúncia falhas de segurança anteriores aos ataques

A falta de segurança no aeroporto de Zaventem era, segundo uma carta aberta da polícia destacada no local, um facto amplamente conhecido.

Reuters
01 de Abril de 2016 às 13:31
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Numa carta aberta publicada pela polícia do aeroporto de Zaventem, um dos alvos dos ataques terroristas de 22 de Março, as autoridades denunciam falhas de segurança anteriores à tragédia e exigem mudanças.

Pode ler-se na missiva, publicada na íntegra pelo jornal Het Nieuwsblad, que todos os que já trabalharam na segurança do aeroporto "sabiam que isto iria ter lugar" mas "esperavam não estar a trabalhar nesse dia".

As autoridades criticam a "política de discriminação positiva de certas minorias" que permitiu a contratação de "sérios" criminosos, dando-lhes acesso a áreas sensíveis do aeroporto.

"O facto de estas pessoas poderem, em 2016, continuar a trabalhar em áreas extremamente sensíveis do aeroporto é incrível", diz a nota, acrescentando que é como colocar um lobo entre ovelhas.

Adianta ainda a missiva que a polícia do aeroporto estava convencida que havia indivíduos a vigiar as instalações com o propósito de perceberem quais condições de segurança, e critica o facto de qualquer pessoa ter acesso indiscriminado a quatro áreas, nomeadamente, à dos autocarros, comboio, chegadas e partidas.

Apontam ainda o dedo ao estacionamento desordeiro junto ao edifício e à falta de controlo na zona em que se largam passageiros, além das dezenas de sem-abrigo que dificultam o trabalho e colocam em causa as condições de higiene do próprio aeroporto.

As autoridades dão também conta das infra-estruturas desadequadas, do material datado, com que têm de trabalhar, e da falta de pessoal suficiente para assegurar a segurança do local.

A carta, que não está assinada, foi enviada ao maior sindicato de polícia belga e é o sinal mais recente da tensão entre os oficiais destacados em Zaventem e o Governo.

Os sindicatos de polícia avançaram no último ano com dois avisos formais de greve por questões relacionadas com o aeroporto, escreve o Finantial Times. Entre as reivindicações estavam a falta de pessoal e de condições de trabalho.

O último aviso data de 18 de Março, uma semana antes dos atentados, tendo sido reforçado a 27 de Março, com o sindicato a considerar que a tragédia de Bruxelas justifica mais do que nunca as suas exigências.

O principal aeroporto belga, de Zaventem, foi o primeiro alvo - o segundo foi o metro de Maelbeek - dos ataques de 22 de Março que fizeram 32 vítimas mortais, e feriram mais de 300 pessoas, 92 das quais ainda se encontram hospitalizadas.

Duas explosões no aeroporto danificaram a zona de "check-in", partiram janelas e fizeram cair boa parte do tecto. Desde essa data que o aeroporto se mantém encerrado.

Após a construção de estruturas provisórias, de testes e verificações, diz o aeroporto que está tudo a postos para uma reabertura parcial dos serviços, mas falta o "ok" final das autoridades competentes. 

Certo, para já, é que "não haverá voos até 1 de Abril (incluido)", informa a operadora através da rede social Twitter.

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