O aeroporto de Zaventem, um dos alvos dos atentados terroristas de 22 de Março em Bruxelas, não voltará a funcionar em pleno tão cedo. A expectativa presidente executivo, Arnaud Feist, é de que demorem "meses" até isso acontecer. No entanto, está a ser preparada a reabertura parcial dos serviços.

Arnaud Feist, CEO do principal aeroporto Belga, disse em entrevista ao jornal L’Echo que, na melhor das hipóteses, o aeroporto poderá reiniciar a sua actividade esta quarta-feira, 30 de Março, com 20% da sua capacidade aeroportuária. O funcionamento em pleno "provavelmente demorará meses", acrescentou.

Esta informação é corroborada pelos esclarecimentos mais recentes publicados no site oficial do aeroporto de Bruxelas. "O facto é que uma reabertura no curto prazo não é possível face aos danos na infraestrutura".

No entanto, têm vindo a ser feitas "análises extensivas na infraestrutura do terminal e avaliados vários cenários com vista a um recomeço parcial das actividades", acrescenta a nota. No entanto, ressalva, as soluções provisórias ainda têm de ser aprovado pelas autoridades competentes. Esta terça-feira realiza-se o primeiro teste em larga escala, com recurso a 800 funcionários do aeroporto.

Enquanto isso, as transportadoras aéreas matêm outras opções para fazer chegar os seus passageiros à capital belga.

Ao Negócios, António Monteiro, porta-voz da TAP, disse que a companhia de bandeira portuguesa não foi ainda informada oficialmente sobre a reabertura parcial dos serviços do aeroporto de Bruxelas, pelo que mantém as alternativas que estão já em vigor.

A TAP continuam com as viagens para Ostende, cidade belga a duas horas do centro Bruxelas, e, nestes casos, garante a ligação terreste à capital. É ainda possível aos passageiros mudar as datas das viagens, escolher um aeroporto próximo alternativo ou pedir o reembolso do bilhete.

"Quando houver uma definição [por parte do aeroporto de Bruxelas] a TAP reavaliará [as soluções]", informou o porta-voz, esclarecendo que na eventualidade de uma reabertura parcial cabe aos responsáveis pela unidade belga definir "os quantitativos de cada companhia", ou seja, em que extensão podem as companhia usar os serviços aeroportuários.

A Ryanair, por seu turno, informa os passageiros através de um comunicado publicado no site que o aeroporto de Zaventem está fechado, pelo que "todos os voos da Ryanair programados para operar de ou para Bruxelas Zaventem até sexta-feira, 1 Abril (inclusive), continuarão a operar de ou para Bruxelas Charleroi".

A companhia recomenda que os passageiros estejam o aeroporto "pelo menos 3 horas antes do voo", uma vez que "controlo de segurança será mais demorado". "Os cartões de embarque originais (Bruxelas Zaventem) continuam válidos para este voo [para Bruxelas Charleroi]", acrescenta a nota.

A Brussels Airlines vai actualizando informações relativas aos voos também através do seu site oficial. "Se tem um bilhete ou voo entre Bruxelas e a Europa (ou vice-versa) a 29 ou 30 de Março, a Brussels Airlines vai automaticamente remarcar o voo com destino ou partida a partir dos aeroportos regionais de Antuérpia ou Liège", pode ler-se no site.

A empresa fornece um serviço de transporte de autocarro gratuito de Bruxelas para os dois aeroportos. Os passageiros são incentivados a apresentar-se no aeroporto em causa duas antes da partida. O "check-in online não está disponível", adianta a companhia.

Escreve a Reuters que o encerramento do aeroporto de Bruxelas custa à Brussels Airlines 5 milhões de euros por dia. A pesar nestes cálculos estão os custos de redireccionar passageiros e a perda de receitas, informou um porta-voz da companhia, 45% da qual detida pela alemã Lufthansa.

(Notícia actualizada às 16:38)