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Autoridades belgas lançam caça ao homem após atentado
As forças de segurança belgas já realizaram buscas em Schaerbeek, onde encontraram um engenho explosivo, produtos químicos e uma bandeira do Estado Islâmico. Há um suspeito em fuga, que se acredita tratar de Najim Laachraoui, de 24 anos.
As forças de segurança belgas já estão no terreno numa verdadeira caça aos terroristas que perpetraram o mais violento atentado da história do país, que resultou na morte de pelo menos 31 pessoas e feriu mais de 230.
Forças especiais realizaram buscas em Schaerbeek, nos subúrbios de Bruxelas, para tentar encontrar um dos três homens filmados pelo circuito interno de vigilância do aeroporto de Zaventem empurrando carrinhos de transporte de bagagem.
Dois deles – identificados pela polícia belga como os irmãos El Bakraoui – ter-se-ão feito explodir, enquanto o terceiro terá fugido, sendo agora o principal alvo das autoridades.
Os meios de comunicação belgas avançam que poderá tratar-se de Najim Laachraoui, que já estava a ser procurado pela polícia.
#TERRORISME Qui reconnait cet Homme? https://t.co/rYdyrBSJqF pic.twitter.com/PTLrd1OKeT
— Avis de recherche (@police_temoin) March 22, 2016
Segundo o The Guardian, Najim Laachraoui, de 24 anos, cresceu em Schaerbeek e viajou para a Síria em 2013.
No ano seguinte, foi emitido um mandado de captura internacional contra ele, o que não o impediu de regressar à Bélgica. De acordo com a emissora estatal RTBF, Najim poderá ter sido um dos fabricantes das bombas utilizadas nos atentados de Paris, de Novembro do ano passado.
Nas buscas realizadas numa residência de Schaerbeek – perto do local onde se acredita que os atentados de Paris foram planeados - a polícia encontrou em engenho explosivo, produtos químicos e uma bandeira do grupo que se designa por Estado Islâmico.
Os três homens suspeitos de perpetrarem os ataques no aeroporto belga de Zaventem ter-se-ão deslocado para o local de táxi, levando consigo os engenhos explosivos que utilizaram no atentado.
Segundo o diário Het Laatste Nieuws, os homens tinham pedido uma viatura grande e ficaram aborrecidos quando chegou uma pequena, em que não cabiam cinco malas, segundo o relato do taxista que os transportou.
Esta informação legitima a consideração de que a intenção dos terroristas era colocar mais carga explosiva no aeroporto internacional de Bruxelas do que aquela que foram capazes de levar, acondicionada em três malas.
Depois do ataque, o taxista recordou-se dos três suspeitos e contactou a polícia, tendo sido ele, segundo aquele meio, que levou as forças de segurança à morada onde os tinha recolhido, no distrito de Schaerbeek.
Ligações a Paris
Os irmãos el-Bakraoui (Khalid e Ibrahim) são ambos de Bruxelas e ambos têm ligação a vários episódios de crime organizado na capital belga. Estavam já no lote de suspeitos que estavam a ser perseguidos pela polícia belga nos últimos dias, por suspeitas de ligações aos ataques de Paris.
Um dos irmãos tinha alugado um apartamento em Bruxelas que tinha sido investigado pela polícia pelo facto de ter servido de esconderijo para Salah Abdeslam. O outro irmão tinha também apoiado um dos grupos de terroristas que protagonizou os ataques de Paris, nomeadamente os que foram efectuados no Stade de France e no Bataclan.
Também Najim Laachraoui já estava a ser procurado pela polícia. O DNA deste alegado suspeito foi encontrado nas habitações utilizadas pelos autores dos ataques em Paris e Laachraoui terá viajado com Salah Abdeslam para a Hungria em Setembro passado.
Segundo o jornal "La Dernière Heure", o ADN de Laacharaui também foi encontrado em "material explosivo usado nos atentados" de Paris.
Num controlo policial em Setembro, na fronteira entre a Hungria e a Áustria, foi identificado com o nome falso de Soufiane Kayal e estava acompanhado por Salah Abdeslam, ligado aos atentados de Paris e capturado na sexta-feira passada em Bruxelas. Os dois estavam ainda com Mohamed Belkais, um argelino de 35 anos abatido pela polícia no mesmo dia, em Bruxelas.
Lacharaui foi, segundo os meios de comunicação belgas, o responsável por fazer os cintos de explosivos usados em Paris e o seu ADN foi encontrado em dois deles (num usado no Bataclan e outro no estádio de França), noticia a televisão RTBF.