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Terrorismo: CNN divulga vídeo dos irmãos Abdeslam gravado meses antes dos ataques de Paris

No rescaldo dos atentados de Bruxelas, a CNN divulgou um vídeo dos irmãos Abdeslam, presumíveis autores dos ataques de Novembro em Paris, numa discoteca e falou com amigos destes, que revelam uma outra faceta dos jovens.

Reuters
29 de Março de 2016 às 11:38
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Enquanto na Bélgica prosseguem as investigações sobre os atentados de 22 de Março, a CNN mostra outra faceta dos irmãos Abdeslam num vídeo filmado por amigos numa discoteca. Brahim Abdeslam – bombista suicida dos atentados de 13 de Novembro em Paris – e Salah Abdeslam – que esteve foragido desde Novembro e foi detido em Bruxelas dias antes dos atentados de 22 de Março - aparecem a dançar na companhia de amigos.

Brahim, de cigarro na mão, conversa no vídeo com uma rapariga, enquanto o irmão se mantém na companhia do grupo de amigos. Este foi filmado nove meses antes dos ataques de Paris, em Fevereiro de 2015.

Os dois amigos que filmaram o vídeo concordaram falar com a CNN desde que as suas identidades fossem protegidas. Karim e Rachid – nomes falsos - descrevem os irmãos como pessoas "simpáticas", que "viviam a vida ao máximo".

"Eu vi Salah brincar, beber, jogar cartas", disse Karim "uma coisa é certa ele gostava de mulheres. Era um galanteador e ouvi dizer a certa altura que tinha uma namorada".

Olhando para trás, os amigos recordam-se que foi a partir desta festa que os Abdeslam começaram a mudar. "Foi a última vez que os vi beber", recorda Rachid. "Brahim tornou-se mais religioso. Costumava ir às orações de sexta-feira na mesquita e, de resto, rezava em casa".

Apesar de tudo, os amigos dizem que não tinham ideia de que os irmãos se estariam a radicalizar.

Recordam o café Les Beguines gerido pelos Abdeslams e que frequentavam como "um lugar divertido" onde se sentiam "em família", jogavam poker, consumiam drogas leves e assistiam aos jogos do Real Madrid, a equipa favorita dos irmãos.

Até certo ponto, Karim e Rachid sentem-se eles próprios vítimas do autoproclamado Estado Islâmico. "Como homens muçulmanos com poucas oportunidades, as coisas vão ficar ainda mais difíceis para pessoas como nós", diz Karim.


Portugal recebe selecção belga

Uma semana depois dos ataques, a selecção portuguesa de futebol defronta a homóloga belga num particular de preparação para o Euro2016. O encontro estava marcado para a Bruxelas, mas foi alterado na sequência dos ataques. As duas equipas vão defrontar-se hoje no Estádio Municipal de Leiria e o encontro contará com a presença do Presidente de República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o Primeiro-Ministro, António Costa.

Escreve a Lusa que a PSP anunciou um "um reforço ao normal dispositivo de segurança" para este jogo, uma decisão que justifica em comunicado com uma "expectável elevada afluência de espectadores e porque o processo de controlo e admissão ao estádio será particularmente reforçado".

Todavia, "não existe qualquer risco adicional identificado para este evento e as medidas implementadas são apenas preventivas, considerando o período que atravessamos, sendo nossa intenção assegurar que todo o espectáculo desportivo decorra dentro da maior tranquilidade e normalidade", remata a PSP.

As forças de segurança aconselham aos espectadores que cheguem o "mais cedo possível ao local do jogo e pedem que estes "evitem transportar consigo mochilas, sacos ou outros objectos que, pela sua dimensão e conteúdo, possam atrasar os processos de revista preventiva para o acesso ao estádio".

Investigações prosseguem na Bélgica

Esta segunda-feira foi libertado Fayçal Cheffou depois de afastadas suspeitas de ligação aos atentados de 22 de Março. O indivíduo chegou a ser identificado como o terceiro homem que aparece nas imagens de CCTV de chapéu e que estaria no aeroporto de Zaventem para participar dos atentados.

No entanto, "as pistas que levaram à detenção de Fayçal Cheffou não foram sustentadas pela evolução do actual inquérito. Em consequência, o individuo foi libertado pelo juiz de instrução", informou a procuradoria, sem acrescentar mais pormenores.

Este revés da investigação volta a colocar em causa a capacidade das autoridades belgas depois das críticas do presidente turco Recep Tayyip Erdogan que levaram os ministros do Interior e da Justiça a colocar o seu cargo à disposição, tendo a sua demissão sido posteriormente recusada pelo primeiro-ministro belga.


Uma semana depois dos acontecimentos trágicos de Bruxelas, escreve a Lusa, são as trocas de acusações políticas e as limitações nos transportes públicos que marcam as páginas dos jornais.

O aeroporto de Zaventem, onde ocorreu o primeiro ataque, continua sem data para retomar a normalidade, o metro circula com limitações e sem parar na estação de Maelbeek, local do segundo atentado.

Os números mais recentes, divulgados pela ministra da Saúde belga, Maggie De Block, dão conta de 35 mortos nestes atentados, sendo que 96 dos mais de 300 feridos ainda se encontram hospitalizados.


Em Bruxelas, as tensões escalam. A marcha contra o medo marcada para o Domingo de Páscoa resultou numa concentração espontânea junto à Praça da Bolsa, local escolhido para homenagear as vítimas, e que ficou marcada pelo protesto de indivíduos identificados como sendo de extrema-direita.  

Agora, noticia a Lusa, um movimento de extrema-direita, que soma mais de 100 mil 'gostos' no Facebook, convocou naquela rede social uma manifestação para o próximo sábado, na comuna de Moleenbeek, alvo de várias operações policias antiterroristas, sob o lema "Expulsemos os islamitas".

 

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