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O que é, como se transmite e de que forma se trata o vírus zika?

A doença provocada pela picada de um mosquito infectado já afectou 22 dos 55 países das Américas. Autoridades da saúde temem que venha a espalhar-se ainda mais. Saiba como proteger-se.

Reuters
26 de Janeiro de 2016 às 21:00
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Entidades como a Organização Mundial de Saúde e a Direcção-Geral de Saúde em Portugal estão a monitorizar constantemente a evolução do número de casos de doentes com o vírus zika. E deixam recomendações à população para evitar a doença. Vários centros de investigação e farmacêuticas estão a avaliar a possibilidade de vir a desenvolver uma vacina contra a picada do mosquito que também transmite dengue ou febre-amarela.

O que é o vírus zika?

O vírus zika foi inicialmente identificado no Uganda, em 1947, em macacos Rhesus. Posteriormente, foi detectado em humanos em 1952, no Uganda e na República Unida da Tanzânia. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), têm-se registado surtos da doença do vírus zika em África, nas Américas, na Ásia e no Pacífico, sobretudo em zonas tropicais ou subtropicais.

Como é transmitido?

Transmite-se pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado - o mesmo associado ao dengue, febre-amarela e vírus chikungunya - que ataca sobretudo durante a manhã e ao final da tarde/entardecer. Foram também identificadas outras vias como a transmissão perinatal, provavelmente por via transplacentária ou durante o parto, quando a mãe está infectada; e transmissão sexual, embora num número reduzido de casos, ainda em estudo. Existe também um risco potencial de transmissão por transfusão de sangue e derivados.

Onde já foi detectado?

Nos últimos tempos foram notificados casos nos seguintes países: Brasil, Cabo Verde, Colômbia, El Salvador, Fiji, Guatemala, México, Nova Caledónia, Panamá, Paraguai, Porto Rico, Samoa, Ilhas Salomão, Suriname, Vanuatu, Venezuela, Martinica, Guiana Francesa e Honduras. Em Portugal, segundo a Direcção-Geral de Saúde foram até ao momento "confirmados" quatro casos, "em cidadão portugueses que regressaram do Brasil". "Todos evoluíram favoravelmente".

Há riscos associados ao vírus?

Sim. A principal preocupação das autoridades é a contaminação de grávidas, já que se suspeita da possibilidade de provocar malformações em fetos (microcefalia) e complicações neurológicas e motoras. Essa hipótese está a ser estudada e é por isso que vários países estão a desaconselhar grávidas a viajar para as zonas mais afectadas.

Que cuidados se devem ter?

Evitar áreas com águas estagnadas, normalmente abundantes em mosquitos; esvazias e limpar recipientes como baldes ou vasos; utilizar repelentes, vestuário que cubra tanto o corpo quanto possível e mosquiteiros para dormir; proteger janelas e portas com redes.

Quais os sintomas?

Com um período de incubação entre três a 12 dias após a picada do mosquito infectado, a maioria, entre 60% a 80%, das infecções é assintomática. Ainda assim, os sintomas são muito semelhantes aos da gripe: febre não muito alta, dores de cabeça, no corpo e nas articulações, erupções cutâneas. Com menor frequência podem ainda ocorrer dores nos olhos e sintomas gastrointestinais.

Como se trata?

Não há vacina ou tratamento para a doença do vírus zika. Só podem atenuar-se os sintomas e aliviar a dor com antipiréticos e anti-histamínicos. Normalmente não surgem complicações graves, não é letal e não obriga a hospitalização. As pessoas afectadas devem repousar bastante, beber muitos líquidos e tratar as dores e a febre com medicamentos comuns. Se os sintomas piorarem, devem procurar aconselhamento e cuidados médicos.

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