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OMS declara vírus zika uma emergência mundial

Depois de antecipar que o vírus pode vir a proliferar "de forma explosiva", a Organização Mundial de Saúde declarou esta segunda-feira, 1 de Fevereiro, a situação de "emergência mundial".

Reuters
01 de Fevereiro de 2016 às 18:59
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A Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu declarar a proliferação do virus zika como uma emergência mundial.


A decisão surgiu após uma reunião do comité de emergência que decorreu esta segunda-feira, 1 de Fevereiro, e depois de a doença originada pela picada de um mosquito já ter sido detectada em mais de 20 países das Américas e estar associada a milhares de casos de microcefalia em recém-nascidos.

E foi o facto de poder estar na origem dessas malformações cerebrais que levou a organização a classificar o vírus como uma emergência de saúde pública internacional.

"Os casos de microcefalia e outras desordens neurológicas, pela sua gravidade e pela carga que implicam para as famílias, constituem por si só uma ameaça e por isso aceitei a recomendação do comité", justificou a directora-geral da OMS, Margaret Chan, citada pela Lusa.

Em conferência de imprensa, a responsável sublinhou ainda a necessidade de uma resposta internacional coordenada para combater a disseminação do zika, mas frisou não serem necessárias restrições às viagens ou ao comércio, segundo a Reuters.

A resposta da OMS ao vírus era aguardada com expectativa, já que quando o ébola se espalhou em África, vitimando mais de 10 mil pessoas, a organização foi acusada de reagir tardiamente.

Na semana passada, a entidade já tinha alertado que o zika estava a "propagar-se de forma explosiva", antecipando que possa vir a afectar quatro milhões de pessoas nas Américas.

Actualmente, o vírus já foi detectado em 24 países daquela região, sendo o Brasil e a Colômbia os mais afectados.

No Brasil, estima-se que até 1,5 milhões de pessoas possam ter sido afectadas pelo vírus, que se suspeita estar na origem dos mais de 4.000 casos de microcefalia e deficiências cerebrais em recém-nascidos, devido à infecção das mães durante a gravidez.

A Colômbia também já contabilizou mais de 20 mil casos, dos quais mais de 2.000 em grávidas. O perigo do vírus está no facto de em 60% a 80% dos casos não ter sintomas, pelo que as mães não sabem que foram infectadas.

Por agora, não há qualquer vacina ou tratamento específico para o vírus, que resulta da picada de um mosquito infectado, que também está associado ao dengue.

Por todo o mundo, várias farmacêuticas e centros de investigação estão a avançar ou a preparar ensaios para chegar a uma possível vacina.

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff – que no final da semana passada falou com o presidente dos EUA, Barack Obama, para os dois países unirem esforços contra o zika - veio entretanto anunciar que os testes para desenvolver a vacina deverão começar na próxima semana no Instituto Butantan, em São Paulo, um centro pioneiro na investigação biomédica.

Em Portugal, até agora foram detectados seis casos de zika, todos em pessoas vindas do Brasil. As autoridades de saúde nacionais têm alertado que nunca foram detectados mosquitos infectados em Portugal continental. Na Madeira já foi encontrado o tipo de mosquito que transmite o vírus, mas não estava infectado e por isso não há risco de transmissão da doença.


(notícia actualizada às 19:26 com citação da directora-geral da OMS e mais informação)

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