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Pfizer, J&J e MSD entram na corrida para ter vacina contra o zika

A Organização Mundial de Saúde avisou os países europeus para começarem já a prevenir-se contra o vírus. Nas Américas, estima-se que as regiões mais afectadas precisem de ajuda de quase 8 milhões de euros para combater o surto.

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03 de Fevereiro de 2016 às 18:31
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A proliferação do vírus zika e a crescente suspeita que estará relacionado com malformações neurológicas em recém-nascidos está a motivar cada vez mais farmacêuticas e laboratórios a procurar uma vacina.

Depois de a francesa Sanofi Pasteur ter anunciado planos nesse sentido, também a Pfizer, a Johnson and Johnson e a Merck, Sharp & Dohme (MSD) deram conta da sua intenção de avançar com estudos que permitam apurar se a tecnologia ou alguma das vacinas de que já dispõem será eficaz na protecção contra o zika. Também a GlaxoSmithKline tinha revelado estar a realizar pesquisas idênticas.

Mas todas alertam que pode demorar anos até que uma vacina chegue ao mercado.

"A Pfizer está actualmente a analisar o portefólio de vacinas que já tem para perceber se estará em condições de fazer alguma coisa", afirmou esta quarta-feira, 3 de Fevereiro, um porta-voz da companhia à Reuters.

Também a japonesa Takeda Pharmaceutical constituiu uma equipa dedicada à investigação de uma vacina para o vírus que se propaga através da picada de um mosquito infectado - o mesmo que transmite o dengue -, embora comece a desenhar-se a hipótese de poder transmitir-se também por via sexual.

Na mesma senda estão a Janssen, da Johnson and Johnson, e a Merck, Sharp & Dohme (MSD), que desenvolveu a primeira vacina contra o ébola e que está a colaborar com os seus parceiros de entidades públicas de saúde para partilhar conhecimento, segundo a Reuters.

Perante o peso que a doença causada pela infeção com o vírus Zika tem vindo a ganhar, encontramo-nos a avaliar de que forma a MSD pode contribuir para minimizar estes efeitos na população, colaborando para a construção de uma parceria público-privada que permita unir esforços e se mantenha empenhada no combate ao vírus Zika, tal como sucedeu com o desenvolvimento de uma vacina para combater a propagação do vírus Ébola", afirma a companhia.

Já a Bharat Biotech, uma empresa indiana de biotecnologia, também está a trabalhar em duas possíveis vacinas.

Detectado em pelo menos 25 países das Américas, o surto de zika, que já foi declarado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como emergência de saúde pública internacional, poderá vir a contaminar quatro milhões de pessoas naquela região do globo.

Brasil e Colômbia são os países mais afectados e onde se registaram também mais caos de microcefalia em recém-nascidos, o que se julga ter sido motivado pela contaminação das mães quando estavam grávidas.

Também esta quarta-feira, o ministro da saúde brasileiro, Marcelo Castro, anunciou que especialistas norte-americanos viajarão para o Brasil na próxima semana de modo a iniciar pesquisas para chegar a uma vacina, materializando-se a intenção já manifestada pela presidente Dilma Rousseff a Barack Obama de ter o Brasil e os Estados Unidos a cooperar na luta contra a doença.

Marcelo Castro falava aos jornalistas antes de entrar para uma reunião com os congéneres de outros países sul-americanos, para debater o surto de zika e coordenar esforços na luta contra o vírus.

Entretanto, a Organização de Saúde Pan-Americana assumiu que podem ser precisos 8,5 milhões de dólares (7,8 milhões de euros) para ajudar os estados a responder à epidemia.

E a Organização Mundial de Saúde alertou os países europeus a tomarem desde já medidas para impedir a propagação do vírus, cujo risco aumentará com a chegada da Primavera e Verão.

"Todos os países europeus em que os mosquitos Aedes (os transmissores) estão presentes podem estar em risco da propagação da doença do vírus Zika", salienta a diretora regional da OMS, Zsuzsanna Jakab, numa declaração citada pela Lusa. E considera que "agora é o momento para os países se prepararem para reduzir o risco para as suas populações".

Este mosquito, que foi inicialmente identificado no Uganda, em 1947, nunca foi detectado em Portugal. Mas existe na Madeira conforme mostra o mapa do Centro Europeu da Prevenção e Controlo de Doenças, embora a Direcção Geral de Saúde assegure que não há risco porque não há registo de mosquitos infectados.

Até agora foram reportados seis casos de zika, em Portugal, todos em cidadãos que vieram da América Latina.

(Notícia corrigida às 13:50 de 04-02-2016. Alterada a denominação Merck por Merck Sharp & Dohme - MSD -, o nome da empresa utilizado na Europa depois de uma batalha legal com a Merck alemã. Assim, o uso da denomiação Merck & Co restringe-se aos EUA e ao Canadá. No resto do mundo, o nome correcto é Merck, Sharp & Dohme, ou, MSD. E acrescentada declaração da companhia).


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