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Paula Amorim: Empresários portugueses são "conservadores, previsíveis e aborrecidos"

"São também avessos ao risco e temo que isso esteja relacionado com uma sensação de represália por parte do poder político", sublinhou a chairman do Grupo Galp na conferência Business RoundTable.

O grupo do falecido Américo Amorim é detido pela viúva e pelas suas três filhas – Paula (na foto), Marta e Luísa.
Paulo Duarte
03 de Julho de 2024 às 17:14
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Na opinião de Paula Amorim, 'chairman' da Galp, a classe empresarial em Portugal "é muito boa, muito competente, tem empresários de qualidade, extremamente capacitados e dedicados". "Temos imensas competências, fazemos do melhor que há no mundo, portanto é um pouco triste, às vezes, ver realmente isto tudo reduzido", disse a gestora na conferência "Business RoundTable 2024:Portugal: o país onde vais querer estar", que teve lugar na Nova Business School. 

No entanto, não deixou de notar que os empresários portugueses são ainda "um bocadinho conservadores, previsíveis e aborrecidos" e que poderiam ser "um pouco mais ousados". E mais: "São também avessos ao risco e temo que isso esteja relacionado com uma sensação de represália por parte do poder político", sublinhou.

"É muito importante uma maior ousadia, correr riscos, ter mais ambição, mais abertura. Há muito trabalho a fazer por parte dos empresários", defendeu, acrescentando que "há vontade para isso", sobretudo no âmbito do Business RoundTable, "onde estamos todos juntos, partilhamos as mesmas preocupações e estamos galvanizados nesse sentido".

No mesmo painel, Pedro Castro e Almeida, presidente executivo do Santander Portugal e líder do grupo na Europa, sublinhou que "a vontade e a ambição são, claramente, os dois fatores que poderiam resolver isto". 

Aos políticos, Paula Amorim também deixou um recado: "Têm de se focar menos no tema dos votos e na perpetuação do poder e mais em estratégias de longo prazo, muita transparência e clarificação na comunicação". "Eu acho que nós passámos por uma fase má para o país, durante o qual existia uma certa classe de 'entrepreneur' com alguns comportamentos parasitas promovidos socialmente, quer pelo poder político, quer pelas instituições, quer pelos meios financeiros. E vivemos aqui muito tempo de falta de supervisão de muitas instituições a quem é devido o dever de supervisão. E, portanto, chegámos a um caos no país, com determinados episódios e momentos que foram tomados como o normal para a classe política e empresarial". 

Num painel moderado pelo maestro Martim Sousa Tavares, o responsável do Santander reconheceu "um grande paralelo entre construir uma equipa numa empresa e gerir uma orquestra". "Há três componentes que me parecem importantes, tais como a diversidade de talento, uma boa liderança e pessoas com a atitude correta".
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