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Pedro Castro e Almeida: “A maior ambição do país devia ser a do crescimento”

O Prémio Portugal Inspirador pretende criar ambição, reconhecer e celebrar as boas histórias e as excelentes empresas e empresários que fazem a diferença.

05 de Março de 2024 às 14:00
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O Portugal Inspirador pretende ser "inspirador num país em que falta ambição. O prémio é uma oportunidade de dar visibilidade a estes empresários e a estas empresas para poderem inspirar este país a ter uma ambição maior, que é a do crescimento", referiu Pedro Castro e Almeida, CEO do Santander Portugal. O prémio Portugal Inspirador é uma iniciativa do Santander de Portugal e da Medialivre, com o Jornal de Negócios, o Correio da Manhã e a CMTV, e em parceria com a Informa D&B, a Accenture e a Nova SBE.

"Estamos a falar de empresas que conseguem atrair talento, inovar, investem em I&D, que se querem internacionalizar e ser grandes", referiu Pedro Castro e Almeida. Salientou que há vinte anos, por causa da tecnologia mais global, uma pequena e média empresa pode transformar-se em grande empresa em três a sete anos, quando no passado demorava uma a duas gerações.

Este prémio também se destina a reconhecer e a celebrar, que é uma coisa que se faz pouco, as boas histórias que temos e as excelentes empresas e empresários que fazem a diferença. Pedro Castro e Almeida
CEO do Santander Portugal
"Este prémio também se destina a reconhecer e a celebrar, que é uma coisa que se faz pouco, as boas histórias que temos e as excelentes empresas e empresários que fazem a diferença", disse Pedro Castro e Almeida. Na sua opinião, o prémio "não deixa de ser também um desafio ao status quo empresarial, económico e político em Portugal através destes exemplos".

Este prémio também ajuda o Santander a sair de dentro "deste nosso autossucesso, que parece muitas vezes que é feito sozinho, para termos mais proximidade com os nossos clientes e aprender muito com o que fazem e com o exemplo que nos dão estes empresários e estas empresas".

Plataformas de divulgação

"É crucial para o futuro da nossa economia e da nossa sociedade saber promover e dinamizar o potencial inspirador de Portugal, o que é válido para o tecido empresarial, para a criação de riqueza e para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores portugueses e da sociedade em geral", considerou Luís Santana, CEO da Medialivre.

Temos visto o surgimento de empresas, associações e de outras entidades que são exemplares. Não procuram só o sucesso financeiro, mas estão comprometidas com práticas empresariais éticas, sendo entidades responsáveis e socialmente conscientes. Luís Santana
CEO da Medialivre
A história e a cultura de Portugal mostram um exemplo de resiliência e de inovação ao longo dos tempos. "Hoje mais do nunca testemunhamos o renascimento económico em Portugal impulsionado por empresas e pessoas empreendedoras. Temos visto o surgimento de empresas, associações e de outras entidades que são exemplares. Não procuram só o sucesso financeiro, mas estão comprometidas com práticas empresariais éticas, sendo entidades responsáveis e socialmente conscientes. Estas organizações com propósito geram riqueza, contribuem para o desenvolvimento sustentável do país e para o bem-estar dos cidadãos", sublinhou Luís Santana.

As empresas que sejam galardoadas com o Prémio Portugal Inspirador poderão aceder a "uma plataforma única para partilhar os seus planos de sucesso, as suas práticas empresariais inovadoras e os seus valores essenciais e serão certamente exemplos inspiradores para o tecido empresarial, mas também para toda a sociedade portuguesa". Luís Santana acentuou ainda o papel fundamental que a Medialivre e o Santander têm na promoção do Prémio Portugal Inspirador, porque são "empresas reconhecidas pelo seu sucesso empresarial, são um exemplo a seguir num caminho de excelência, de responsabilidade e de impacto positivo na sociedade".

A empatia e a felicidade como valores empresariais

"Para Nietzsche e Kafka, a vida é uma constante acrobacia, andamos num fio tensionado e temos de nos equilibrar. Só que as personagens de Nietzsche andam numa corda bem estendida e bem tensionada, Zaratustra pendura a corda a uns três metros de altura. Por sua vez, as personagens de Kafka estendem a corda ao nível do chão e o risco que têm é apenas de tropeçar na corda. Nas empresas também há muitas que estendem a corda no chão para não a subirem e arriscarem alguma coisa", foi uma das alegorias de José Teixeira, presidente do Grupo DST, que foi uma das personalidades inspiradoras na 1.ª edição do Prémio Portugal Inspirador em 2022, durante a apresentação da segunda edição do Prémio Portugal Inspirador.

A DST provavelmente inspirou-se em Zaratustra, arriscou. A DST apoia uma companhia de teatro há 40 anos, o seu prémio de literatura vai na 29.ª edição. O Grupo DST fatura cerca de 500 milhões de euros, tem perto de 3 mil trabalhadores e desenvolve a sua atividade nas áreas da engenharia e construção, ambiente, energias renováveis, telecomunicações, imobiliário e ventures.

José Teixeira salientou que a liderança pelo exemplo se deve revestir de um carácter permanente, positivo, empático. Na Teoria dos Sentimentos Morais, Adam Smith explicava o valor económico da simpatia e da empatia, que são essenciais nas relações sociais porque "funcionam, têm um valor económico e constroem-se".

Responsabilidade em vez de líder

Não gosta da palavra líder, prefere falar em responsabilidade de gerir a empresa e os projetos hoteleiros, que considera mais importantes do que a própria empresa, refere Margarida Almeida, CEO da Amazing - Gestão de Hotéis. Foi a personalidade inspiradora no turismo na 1.ª edição do Portugal Inspirador. A sua forma de gestão passa "pelo exemplo, nunca achar que o sucesso está garantido, porque a linha entre o sucesso e o insucesso é muito ténue. O insucesso faz parte do sucesso, só não queremos que pequenos insucessos se transformem em grandes", defendeu Margarida Almeida. Acrescenta que quem tem a responsabilidade de gerir as empresas deve ter e fazer as pessoas felizes a trabalhar. "Não quero pessoas infelizes a trabalhar nas organizações em que sou responsável."

Na sua opinião, "é importante fazer todos os dias mais, gostar do que se faz, explicar que maravilhoso que é trabalhar, faz parte da essência do ser humano, mas também é fundamental que as pessoas tenham tempo para as suas atividades pessoais, estarem em descanso, nas férias, ou nas licenças de maternidade sem serem incomodadas pela empresa", salienta Margarida Almeida. A Amazing - Gestão de Hotéis é uma empresa de gestão independente, que tem 50 pessoas, mas gere 600 em 23 operações hoteleiras e tem mais 16 em desenvolvimento.

Começou a sua atividade em plena crise da troika e nessa altura, como disse numa entrevista, teve de fazer "a transformação de hotéis maus em bons hotéis". Refere que foi a inspiração de uma financeira internacional que a fez entrar neste negócio quando lhe pediu para apresentar uma proposta de gestão de alguns ativos hoteleiros em Portugal.


Os eixos, os prémios e os jurados

Este ano, o prémio tem dois eixos - não candidatável e candidatável - e seis categorias, sendo atribuídos 21 prémios a empresas e a pessoas inspiradoras em seis áreas.

A 2.ª edição do Prémio Portugal Inspirador vai reconhecer e dar visibilidade às empresas que atuam em território nacional e que se destacam pela sua capacidade de criar emprego, dinamizar o mercado, inovar, potenciar o desenvolvimento económico e que mais contribuem globalmente para o crescimento da economia nacional.

Na edição de 2024, o Prémio Portugal Inspirador é constituído por dois eixos e seis categorias. No Eixo Não Candidatável mantém o princípio da premiação por desempenho e o modelo da primeira edição. As empresas são selecionadas com base em dados cedidos pela Informa D&B e nos critérios predefinidos pela Accenture em cinco setores: Agricultura, Indústria, Internacionalização, Tecnologia e Turismo. Os principais critérios, ponderados por cada um dos setores, são o crescimento e a qualidade do negócio, o impacto na sociedade, a inovação e a exportação. Cada um dos júris elegerá os vencedores nas grandes empresas, nas pequenas e médias empresas, e, ainda, as personalidades inspiradoras destes cinco setores.

A grande novidade desta 2.ª edição é a criação da categoria de Sustentabilidade, que vai ser aberta a candidaturas que se iniciarão em Março de 2024 através de um formulário no site Portugal Inspirador (portugalinspirador.negocios.pt). Esta categoria do Eixo Candidatável vai distinguir startups e scaleups que se destaquem pelo seu compromisso sustentável. Nesta categoria, é a Nova SBE a responsável pela análise das candidaturas e pelos critérios de avaliação, que passam pelo impacto na sociedade, o nível de maturidade do negócio e o potencial de crescimento e a inovação. O júri selecionará de forma igualitária três startups e três scaleups.

O Prémio Portugal Inspirador mantém a sua missão de destaque às empresas que desempenham um caminho de excelência, de responsabilidade e de impacto positivo na sociedade.


 Os júris do Portugal Inspirador 

Estas são as 36 personalidades que se dispõem "a dar o seu tempo para olhar para os outros", como referiu Pedro Castro e Almeida, CEO do Banco Santander Portugal.

Agricultura: Gabriela Cruz, presidente da APOSOLO (Associação Portuguesa de Mobilização de Conservação do Solo), Joaquim Pedro Torres, diretor-geral da Valinveste, e José Pedro Salema, presidente da administração da EDIA.

Indústria: Armindo Monteiro, presidente da CIP (Confederação Empresarial de Portugal), Isabel Furtado, CEO da TMG Automotive, e Rui Miguel Nabeiro, CEO do Grupo Nabeiro-Delta Cafés.

Internacionalização: Carlos Pacheco, membro da direção da AICEP, Fátima Vila Maior, diretora de internacionalização da FIL, e Ricardo Costa, CEO do Grupo Bernardo da Costa.

Tecnologia: Ana Paiva, professora do Instituto Superior Técnico, Jorge Portugal, diretor-geral da COTEC Portugal, e Pedro Santa Clara, partner da Shaken not Stirred.

Sustentabilidade: Alice Khouri, fundadora da Women in ESG, Pedro Oliveira, dean da Nova School of Business and Economics, e Salvador Mendes de Almeida, presidente da Associação Salvador.