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Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro não estão em risco devido ao vírus zika

A organização do evento e o governo brasileiro têm passado mensagens de confiança. Comité Olímpico Internacional acredita que surto estará controlado até Agosto e que não afastará atletas nem adeptos.

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02 de Fevereiro de 2016 às 18:51
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A seis meses do início dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, a organização e os responsáveis do país anfitrião multiplicam-se em explicações. Objectivo: passar a mensagem de que a proliferação do vírus zika no Brasil não vai afectar a realização de um dos maiores eventos do mundo. E tranquilizar atletas e adeptos quanto aos riscos de contaminação.

"Temos a certeza que vamos ganhar esta batalha e que [o vírus] não vai afectar os Jogos" assegurou esta terça-feira, 2 de Fevereiro, Mário Andrada, porta-voz da organização. E garantiu que, embora o comité organizador esteja preocupado, não se registam cancelamentos de viagens para assistir ou devolução de bilhetes.

Com arranque marcado para 5 de Agosto, e prolongando-se até dia 21 do mesmo mês, as Olimpíadas decorrerão no inverno brasileiro e a expectativa é que, com as temperaturas mais baixas, o número de mosquitos responsáveis pela transmissão do vírus caia "drasticamente". "O número de casos do zika irá espelhar essa queda", assegura o chefe dos serviços médicos do comité organizador, João Grangeiro, embora sublinhando que, ainda assim, atletas e adeptos devem proteger-se.

As autoridades de saúde têm alertado para a importância de usar roupas que cubram o máximo de pele e repelente e de manter distância de águas estagnadas. O vírus, cujos efeitos se assemelham aos de uma gripe, não é mortal, e em 60% a 80% dos casos não evidencia sintomas.

Ainda assim, ontem, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu decretar o vírus como uma emergência de saúde pública internacional, sobretudo devido à suspeita que seja a causa de milhares de casos de microcefalia em recém-nascidos, devido à infecção das mães enquanto estavam grávidas. É a quarta vez que a entidade das Nações Unidas toma uma atitude destas, depois dos surtos de Ébola, Influenza e Poliomielite.

Horas antes da declaração de Andrada, já o presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, tinha afirmado estar confiante no sucesso dos Jogos.

"Saudamos a decisão da OMS, porque vai permitir aumentar ainda mais a atenção [para o vírus] e dar ainda mais recursos para o combate", realçou aos jornalistas, à margem de uma visita a Los Angeles, cidade candidata a acolher o evento em 2024. E, explicitando que o COI está em conversações com as autoridades de saúde e os comités olímpicos nacionais, frisou que "nenhuma interdição de viajar foi anunciada".

"Todos estes elementos fazem com que estejamos muito confiantes. Quando os Jogos do Rio começarem as condições serão boas para os atletas e espectadores", sustentou.

Sobre a hipótese de alguns desportistas desistirem de participar devido ao risco de contrair zika, Bach desvalorizou. "Não creio, devido a todas as medidas que estão a ser tomadas e por causa do tempo [Inverno]", reagiu, citado pela Reuters.

"Ainda há seis meses para combater o problema e a determinação da OMS, das autoridades brasileiras e do comité organizador convencerão os atletas a ir ao Rio de Janeiro para celebrarmos os Jogos Olímpicos todos juntos", acrescentou.

Também o governo de Dilma Rousseff já veio assegurar que o Rio2016 não está em risco, embora desaconselhando as grávidas a viajar para o Brasil, devido ao risco que a contaminação pode representar para o feto. "Temos de explicar aos que virão ao Brasil e aos atletas que o risco é zero, a menos que se trate de uma mulher grávida", já notou o chefe de gabinete da presidente, Jaques Wagner.

Zika: culpado até que se prove 'inocência'

Até agora o zika foi detectado em 25 países das Américas, sendo o Brasil e a Colômbia os mais afectados.

Segundo a OMS, este ano, quatro milhões de pessoas nestas regiões podem vir a ser contaminadas pela picada do mesmo mosquito que também provoca o dengue.

A organização também já alertou que há risco de o vírus – que já foi diagnosticado na Austrália, Cabo Verde ou Indonésia - chegar à Ásia e à América, onde as elevadas taxas de natalidade podem ser um factor de preocupação quanto ao risco de microcefalia em caso de contaminação das mães.

"Acreditamos que a associação [do zika com os casos de microcefalia e problemas neurológicos] é culpada até que seja provada como inocente", comparou um especialista da OMS, Anthony Costello, citado pela Reuters.

Na busca por uma vacina, farmacêuticas, laboratórios e centros de investigação desdobram-se em estudos e testes para ter resultados o mais rápido possível. Esta terça-feira, a francesa Sanofi, que desenvolveu uma vacina contra o dengue, anunciou que vai avançar contra o zika.
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