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Obama pede rapidez na investigação para combater o vírus Zika

Em Portugal já foram confirmados cinco casos desta infecção, todos registados em pessoas que vieram do Brasil. As autoridades de vários países estão a aliar-se para desenvolver meios de diagnóstico mais rápidos e vacinas.

Bloomberg
27 de Janeiro de 2016 às 13:55
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O presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, apelou esta quarta-feira, 27 de Janeiro, ao rápido desenvolvimento de testes, vacinas e medicamentos para combater o vírus Zika.

Transmitida através da picada de um mosquito, a infecção pelo vírus já foi diagnosticada em milhares de pessoas em 23 países das Américas do Norte e Sul, sendo o Brasil e a Colômbia os países mais afectados.

"O presidente enfatizou a necessidade de acelerar a investigação para alcançar melhores testes de diagnóstico, para desenvolver vacinas e terapêuticas e para garantir que todos os cidadãos americanos têm informação sobre o vírus e quanto aos passos que têm de seguir para se protegerem melhor da infecção", lê-se numa declaração emitida pela Casa Branca, citada pela Reuters.

Nos EUA, teme-se que, sobretudo nos meses mais quentes, o Zika possa espalhar-se às regiões do país onde reside mais de 60% da população, ou seja, 200 milhões de pessoas. E foram estes números que terão levado Obama a pedir mais esclarecimentos sobre a doença aos seus conselheiros de saúde e segurança nacional.

As autoridades de saúde norte-americanas – em parceria com outros países como o Brasil -, mas também as grandes farmacêuticas têm estado a avaliar a hipótese de desenvolver uma vacina para o vírus Zika, que não tem tratamento.

Têm também desenvolvido investigações para perceber se existe alguma relação entre a infecção pelo vírus, sobretudo em grávidas, e os casos de microcefalia em recém-nascidos, que têm sido detectados nos países mais afectados pela doença.

Só no Brasil, estima-se que entre quase 500 mil e 1,5 milhões de pessoas fiquem doentes e já se registaram mais de 4.000 casos de bebés que nasceram com deficiências cerebrais. Na Colômbia conta-se 13.800 infectados, mas acredita-se que possam chegar aos 600 mil este ano, prevendo-se pelo menos 500 casos de microcefalia.

Portugal passa de quatro para cinco infectados

O problema continua a alastrar a nível mundial. Em Portugal, o número de infectados subiu de quatro para cinco, todos vindos do Brasil, segundo dados confirmados pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, que realiza as análises, para apurar a contaminação.

Também na Dinamarca, um turista regressado de uma viagem pelo Brasil e México foi internado com a doença, embora sem apresentar cuidados. Outros três britânicos também foram diagnosticados com o Zika.

As autoridades sanitárias internacionais têm sublinhado que são de esperar casos de Zika importados de outros países onde o mosquito habita. Mas que em particular nos países mais frios não é de esperar que surjam infectados, porque o mosquito não existe nessas áreas. Em Portugal continental, o mosquito que causa o Zika nunca foi detectado, mas na Madeira sim.

Grandes eventos levam a aumentar prevenção

No Brasil está no terreno um forte dispositivo para combater a disseminação do vírus, dada a proximidade do Carnaval e dos Jogos Olímpicos, que arrancam a 5 de Agosto no Rio de Janeiro.

Alguns países, como a Austrália, já emitiram alertas de prevenção junto dos seus atletas olímpicos que participarão no evento.

Para controlar a situação, o Governo brasileiro pôs 220 mil militares na rua a informar a população sobre como prevenir a doença, fez acções de desinfestação no sambódromo onde decorrem as festividades de Carnaval e decidiu distribuir repelente a 400 mil grávidas.

"Se ainda hoje nós não temos uma vacina, temos certeza de que iremos ter, mas vai levar um tempo. A melhor vacina contra o vírus da Zika é o combate de cada um de nós, do governo, mas também da sociedade, eliminando todos os focos nos quais o mosquito vive e se reproduz", afirmou ontem a presidente brasileira, Dilma Rousseff.
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