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Wall Street recupera. Nvidia ganha mais de 8% após queda histórica

O índice tecnológico Nasdaq, que tinha sido fortemente penalizado pelos receios em torno da startup chinesa DeepSeek, ganhou cerca de 2%. S&P 500 e Dow Jones também valorizaram, com o foco dos investidores a passar para a temporada de resultados das "big tech".

Mark Lennihan/AP
28 de Janeiro de 2025 às 21:12
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As ações tecnológicas dos EUA recuperaram esta terça-feira do forte tombo da sessão anterior, com o índice Nasdaq a ganhar cerca de 2%, depois de os receios em torno da startup chinesa de inteligência artificial (IA) DeepSeek terem provocado uma forte pressão vendedora no setor.

O tecnológico Nasdaq avançou 2,03% para 19.733,59 pontos, enquanto o mais abrangente S&P 500 ganhou 0,93% para 6.067,98 pontos e o industrial Dow Jones acelerou 0,31% para 44.850,35 pontos. A Nvidia, a empresa mais penalizada da sessão de segunda-feira, com uma queda de cerca de 17% e uma queda recorde na capitalização bolsista, subiu 8,93%.

A sessão positiva em Wall Street surgiu depois do início complicado da semana para as tecnológicas. O aparecimento súbito de um novo modelo de IA pela DeepSeek, que terá sido desenvolvido com um custo muito inferior e com tecnologia menos avançada do que a dos seus rivais ocidentais, colocou em causa as elevadas avaliações e investimentos das cotadas do setor.

Entretanto, os receios parecem ter acalmado, com os investidores a aproveitarem para comprar as ações tecnológicas, que estavam em níveis muito elevados, com desconto. "Foi um pouco enervante? Sim, para alguns. Devemos entrar em pânico? De todo", refere Kenny Polcari, da SlateStone Wealth, citado pela Bloomberg.

"Se falarmos com alguém que comprou ações ontem, adoraram a oportunidade de comprar alguns destes nomes com um grande desconto. No final de contas, independentemente do que vai acontecer, a concorrência é positiva. E lembrem-se: aquilo que pagam é aquilo que têm", acrescenta, numa alusão às críticas à veracidade das alegações da DeepSeek sobre a capacidade do seu modelo de IA e ao seu baixo custo.

Já Thomas Martin, da Globalt Investments, diz que os investidores têm de estar cautelosos. "Não penso que já estejamos a salvo. Penso que estamos num momento de incerteza enquanto as pessoas tentam perceber isto", disse o gestor de portefólio à CNBC. "Acredito que o tema acerca de necessitarmos de mais capacidade de processamento, centros de dados, etc, está ainda intacto, mas a confiança foi abalada."

O foco dos investidores vai agora para o arranque da temporada de resultados das grandes tecnológicas, que poderá trazer um novo ímpeto ao setor. Na quarta-feira, são conhecidas as contas da Meta, Microsoft, IBM e Tesla. No dia seguinte será a vez da Apple e da Intel e, fora do setor "tech", teremos ainda os números da Blackstone, Mastercard e Visa.

A atenção dos mercados estará também na Reserva Federal norte-americana, que termina a reunião de dois dias dedicada à política monetária do país. Depois do início do ciclo de cortes dos juros diretores, em setembro passado, que culminou com três descidas até ao final do ano, não se espera que a Fed mexa na taxa dos fundos federais neste encontro. O foco vai estar nas pistas que o presidente do banco central, Jerome Powell, poderá deixar sobre o rumo das taxas de juro. 

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