Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Zika coloca farmacêuticas no radar dos investidores

Empresas biotecnológicas na corrida para travar com o vírus têm valorizado em bolsa. Já nos sectores das viagens, o zika causa apreensão.

Reuters
03 de Fevereiro de 2016 às 21:30
  • ...

A Organização Mundial de Saúde classificou o zika como uma emergência de saúde pública mundial. Está a infectar milhares de pessoas, em vários países do mundo, especialmente na América Latina. E a levar muitas empresas a procurarem uma solução para o problema. Tanto farmacêuticas como empresas de biotecnologia estão a acelerar esforços, ao mesmo tempo que os investidores procuram capitalizar o sucesso de uma vacina.


A biotecnológica norte-americana Inovio Pharmaceuticals e a sul-coreana Gene One Life Science anunciaram que estão integradas num consórcio com a Universidade da Pensilvânia para encontrar uma vacina para o Zika. Assim que o anunciaram, no final da semana passada, as acções da cotada norte-americana dispararam mais de 15% e os títulos da Gene One Life apreciaram 28,5%.


Valorizações que mostram que há investidores apostados em encontrar o vencedor da corrida para travar o zika. Mas essas apostas são marcadas pela incerteza sobre quem chegará primeiro à vacina para o vírus.


Esta quarta-feira, por exemplo, as acções da Inovio afundam 7,85% e as da Gene One Life haviam perdido 25% na sessão anterior. Isto depois da gigante francesa Sanofi ter anunciado na terça-feira que também lançou um projecto para desenvolver uma vacina. A farmacêutica gaulesa já tem no seu portfolio vacinas para vírus considerados similares ao zika, como o da febre amarela e o dengue.  


Tendência de ganhos


Apesar da elevada volatilidade das acções na corrida pela vacina do zika, a tendência é de ganhos. Desde 24 de Dezembro, data em que o Brasil declarou estado de emergência, as acções da Inovio Pharma valorizam 15,75% e as da Gene One Life Science sobem 49%.


Outra das cotadas que tem recolhido a atenção do mercado é a norte-americana Intrexon. No ano passado, esta empresa comprou a britânica Oxitec, que tenta controlar a propagação de doenças como o dengue, e agora o zika, com a introdução de mosquitos geneticamente modificados.


Apesar de já terem tido valorizações de dois dígitos em algumas sessões, desde 24 de Dezembro os títulos cedem mais de 5%. A introdução de mosquitos geneticamente modificados tem levado a debates na comunidade científica sobre os benefícios e os riscos deste tipo de solução.


Impacto no turismo


O arranque de ano não tem sido fácil para as bolsas. Mas algumas das cotadas ligadas ao turismo e com actividade na América do Sul e nas Caraíbas, as regiões mais afectadas pelo zika, têm sofrido mais do que outras, apresentando quedas significativas.


As acções de algumas das maiores empresas de cruzeiros do mundo, como a Norwegian Cruise e a Royal Caribbean, cedem mais de 26% desde o início do ano. Também algumas companhias aéreas estão a reembolsar clientes com voos reservados para aquelas regiões.

Apesar dos receios do mercado, os presidentes-executivos de algumas empresas destes sectores têm defendido que até ao momento ainda não houve um impacto material nos seus negócios devido ao vírus. Também a Organização Mundial do Turismo revelou que não foram implementadas restrições nas viagens para as áreas afectadas pelo zika. 

Ver comentários
Saber mais Inovio Pharmaceuticals Gene One Life Science Universidade da Pensilvânia Organização Mundial de Saúde Brasil Inovio Pharma Oxitec Norwegian Cruise Royal Caribbean saúde zika
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio