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Schäuble rejeita proposta do FMI sobre a Grécia para período de carência até 2040

Segundo o jornal Suddeutsche Zeitung, o ministro alemão das Finanças rejeita a proposta em que o FMI sugere que os credores europeus da Grécia só comecem a cobrar os seus empréstimos a Atenas a partir de 2040. Schäuble estará apenas disponível para pequenas alterações.

Reuters
18 de Maio de 2016 às 20:19
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A proposta feita pelo Fundo Monetário Europeu (FMI) aos parceiros europeus para o estabelecimento de um período de carência para o pagamento da dívida grega não colhe apoio junto do Governo alemão. De acordo com uma notícia avançada esta quarta-feira, 18 de Maio, pelo jornal Suddeutsche Zeitung, com base em fontes oficiais da instituição sediada em Washington e citada pelo Kathimerini, o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, rejeitou a proposta do FMI para o alargamento significativo do período de carência para o início do pagamento dos empréstimos concedidos à Grécia.

 

O jornal grego To Vima acrescenta que o governante alemão rejeita igualmente a possibilidade alternativa proposta pelo FMI, e que está relacionada com o congelamento das taxas de juro associadas aos empréstimos europeus à Grécia em 1,5%. O que exigiria que os próprios credores europeus teriam de pagar a diferença sempre que a taxa de juro ultrapassasse os 1,5%, refere o mesmo órgão de comunicação.

 

Esta semana o The Wall Street Journal noticiava uma proposta em que a instituição liderada por Christine Lagarde pedia aos credores europeus de Atenas que aceitassem alagar a carência dos empréstimos à Grécia até 2040, o que, assumindo que a maturidade média desses créditos é de 30 anos, significaria que só por volta de 2080 é que a Grécia poderia saldar as dívidas relativamente aos parceiros europeus. Nesta altura o prazo definido está em dez anos, o que significa que a Grécia só tem de iniciar o pagamento aos países europeus em 2023.

 
Schäuble só admite pequenas alterações ao memorando

O mesmo To Vima nota que Wolfgang Schäuble rejeita ambas as propostas do FMI, demonstrando apenas abertura para efectuar pequenas alterações ao memorando acordado no Verão de 2015 e que poderá permitir à Grécia receber até 86 mil milhões de euros num período de três anos que culmina em 2018.

 

É que o ministro alemão, assim como a própria chanceler germânica, Angela Merkel, recusam pedir ao Parlamento da Alemanha (Bundestag) a aprovação de alterações ao programa de assistência financeira grego, o terceiro em cinco anos. Por outro lado, o FMI considera imprescindível que os parceiros europeus procedam a um alívio à dívida grega, que a instituição internacional considera insustentável.

 

O FMI faz depender a participação financeira neste programa de assistência da aprovação da validação da primeira avaliação periódica ao cumprimento do memorando – a data prevista era em Outubro ou início de Novembro de 2015 – bem como do referido alívio da dívida pública helénica. Já Schäuble e Merkel, para assegurarem a aprovação do apoio à Grécia garantiram aos deputados alemães que o FMI faria parte do programa.

 

Depois de avanços e recuos nas conversações entre as autoridades gregas e os representantes da troika em Atenas no que às reformas estruturais do sistema de pensões e dos impostos sobre os rendimentos diz respeito, o Governo liderado por Alexis Tsipras conseguiu aprovar recentemente algumas das medidas exigidas. Contudo e de forma a assegurar o comprometimento do Governo grego com os objectivos inscritos no memorando, os parceiros europeus poderão exigir que a Grécia delineie um plano B no valor de até 3,4 mil milhões de euros.

 

Nesse sentido, o To Vima cita esta quarta-feira fontes de Bruxelas, que dizem acreditar que o próximo encontro do Eurogrupo, agendado para 24 deste mês, poderá permitir ultrapassar o bloqueio que impede a aprovação da primeira revisão ao cumprimento do programa. As fontes europeias citadas consideram que é "difícil, mas possível", chegar a acordo para a criação de um mecanismo orçamental automático indexado à evolução da dívida helénica e para o referido alívio da dívida grega.

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