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Grécia pede aprovação do Eurogrupo das medidas decididas por Atenas

O ministro das Finanças grego apelou aos parceiros da zona euro para que aprovem, durante a reunião do Eurogrupo de segunda-feira, as reformas decididas por Atenas, afirmando que isso ajudaria os investimentos e a recuperação daquele país.

Tsakalotos no Parlamento, durante a discussão das medidas de austeridade acordadas com os credores.
Reuters
07 de Maio de 2016 às 14:22
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"A Grécia precisa de uma declaração clara sobre as medidas [reformas económicas] em curso e as que serão tomadas, isso ajudaria o país [a recuperar] a confiança dos investidores e na retoma", escreveu Euclide Tsakalotos, numa carta enviada aos seus homólogos da zona euro, à qual a agência noticiosa francesa AFP teve acesso.

Segundo Tsakalotos, a "declaração clara" do Eurogrupo deve sublinhar que "a Grécia está no bom caminho", numa altura em que o Parlamento grego começa a discutir [hoje] uma muito impopular reforma das pensões.

"Isso ajudaria a transformar o círculo vicioso de medidas de austeridade num círculo virtuoso assente no crescimento", prosseguiu o ministro.

Durante a reunião do Eurogrupo de segunda-feira, os 19 ministros das Finanças da Zona Euro devem voltar a avaliar as reformas económicas encetadas na Grécia, exigidas pela União Europeia (UE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) depois do empréstimo internacional concedido a Atenas no Verão de 2015.

Após vários meses de negociações, as reformas ainda não receberam a aprovação dos credores internacionais, principalmente devido a divergências entre a UE e o FMI.

Segundo uma carta do FMI dirigida aos ministros do Eurogrupo, divulgada na sexta-feira, a directora-geral da instituição, Christine Lagarde, pediu aos representantes dos 19 Estados-membros para iniciarem negociações imediatas para a reestruturação da dívida grega.

"Acreditamos que medidas específicas [reformas económicas], reestruturação da dívida e financiamento devem agora ser discutidas em simultâneo. (…) Para que o FMI apoie a Grécia com um novo acordo é essencial que o financiamento e o alívio da dívida por parte dos parceiros europeus esteja assente em objectivos orçamentais realistas porque estão apoiados em medidas credíveis para os atingirem", escreveu a responsável na missiva.

A carta de Christine Lagarde indicou que o FMI quer menos austeridade, sublinhando a necessidade de uma revisão em baixa da meta acordada no ano passado entre Bruxelas e Atenas – um excedente primário de 3,5% em 2018 –, que classificou como "contraproducente".

O FMI ameaçou mesmo não participar no programa grego se a discussão sobre a dívida não começar na segunda-feira.

Os credores reclamaram recentemente medidas adicionais de 3,6 mil milhões de euros, mas Euclide Tsakalotos respondeu que "tal pacote de medidas não pode ser votado pelo Governo actual ou por qualquer governo democrático".

O ministro grego recordou que o actual Governo já aceitou assumir medidas na ordem dos 5,4 mil milhões de euros, bem como uma reforma das pensões e do sistema tributário que será votada no domingo.

"Todos os elementos para concluir a avaliação das reformas e proceder ao alívio da dívida estão reunidos", concluiu o ministro helénico.

Os sindicatos gregos mobilizaram desde sexta-feira uma greve de 48 horas e prevêem manifestações para domingo.

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