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Presidente do maior banco grego: Não basta aprovar medidas, é preciso implementar

O presidente do conselho de administração do maior banco grego, o Piraeus Bank, pede a Alexis Tsipras que implemente as reformas prometidas e restaure a confiança dos investidores no país.  

Em Janeiro de 2015, a esquerda radical chega ao berço da Europa, quando o Syriza, liderado pelo jovem Alexis Tsipras vence as eleições legislativas. A Grécia fica à beira da expulsão efectiva do Euro, mas um recuo em toda a linha do governo grego mantém o país na moeda única.
Reuters
Negócios 09 de Maio de 2016 às 19:40
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Exasperado com a falta de acção do Governo grego, o presidente do conselho de administração do Piraeus Bank deixou um aviso a Tsipras: se quiser colocar a economia a crescer, terá de implementar as reformas e medidas que foram já aprovadas no Parlamento do país.

 

Em entrevista ao Financial Times, Michalis Sallas, pede ao Governo liderado por Alexis Tsipras que "implemente as medidas, reforce o papel do sector privado e restrinja o domínio do Estado na economia".

 

Segundo o jornal britânico, a declaração de Sallas espelha a frustração do sector financeiro grego com o atraso de seis meses do Governo de Tsipras em cumprir o acordado com os credores no âmbito do terceiro resgate ao país.

 

"A prioridade do Governo tem de passar pela recuperação da confiança, regresso da estabilidade e retorno dos investidores. Esta viragem irá permitir ao sistema financeiro recuperar e desempenhar um papel importante no regresso [da economia grega] ao crescimento", alertou Sallas.

 

O aviso deixado por um dos mais relevantes banqueiros do país surge no dia em que a Grécia volta a ser o prato forte da reunião do Eurogrupo, embora não se espera que seja fechado um acordo esta noite em Bruxelas.

 

Alexis Tsipras conseguiu neste domingo que os seus 153 deputados aliados votassem favoravelmente o primeiro pacote de reformas prometido a troco do terceiro resgate ao país, que poderá ascender a 86 mil milhões de euros, abrindo a porta à conclusão bem-sucedida do primeira avaliação do memorando de entendimento que acompanha o actual resgate.

 

A Grécia continua, porém, em desacordo com os seus credores - sobretudo com o FMI - sobre a necessidade de legislar, desde já, medidas de austeridade adicionais equivalentes a 2% do PIB para serem implementadas caso não sejam alcançados os objectivos de consolidação orçamental acordados com a comunidade internacional.

 

Bem mais célere que o Governo, a banca grega já cumpriu a sua parte do plano implícito no terceiro resgate, que passava por captar em 14 mil milhões de euros em capital privado.

 

Apesar dos comentários menos positivos sobre Tsipras, Sallas mostrou-se confiante que o acordo sobre o terceiro resgate estará fechado em meados deste ano, abrindo caminho para um crescimento positivo do PIB na segunda metade do ano.

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