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Equipa do FMI abandona negociações com Atenas por existirem “grandes diferenças”

"Existem grandes diferenças entre nós [FMI e Governo grego] na maioria das áreas-chave. Não houve qualquer progresso na redução dessas diferenças, recentemente", afirmou o porta-voz do FMI, para justificar a retirada da equipa negocial da instituição.

26 de Janeiro - Lagarde

“Há regras internas na Zona Euro que têm que ser respeitadas. Não podemos criar categorias diferentes para diferentes países. Há reformas profundas que permanecem por fazer”.
11 de Junho de 2015 às 16:06
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A equipa negocial do Fundo Monetário Internacional (FMI) abandonou as negociações com os representantes do Governo grego, em Bruxelas, devido à falta de progressos para um acordo.  

 

"A bola está muito no campo da Grécia", afirmou o porta-voz do FMI, Gerry Rice, numa conferência de imprensa, em Washington, citado pela Bloomberg. "Existem grandes diferenças entre nós na maioria das áreas-chave. Não houve qualquer progresso na redução dessas diferenças, recentemente".

 

O ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, já havia anunciado esta manhã, no Parlamento que as negociações técnicas, em Bruxelas, tinham terminado.

 

Apesar de a equipa do Fundo Monetário Internacional ter abandonado as negociações, a directora-geral da instituição, Christine Lagarde, vai participar na reunião de ministros das Finanças da Zona Euro, no Luxemburgo, no próximo dia 18 de Junho, garantiu Rice.

     

"Como a nossa directora-geral já disse muitas vezes, o FMI nunca deixa a mesa", acrescentou.

Entretanto, o governo grego já afirmou que a equipa negocial "está pronta" para intensificar os esforços no sentido de chegar a um acordo "nem que seja nas próximas 24 horas".

"Por essa razão [a equipa negocial] vai continuar a trabalhar nas questões pendentes como défice orçamental e a sustentabilidade da dívida", disse o porta-voz do Executivo grego, citado pelo The Guardian.

A decisão do FMI surge no mesmo dia em que vários responsáveis europeus sinalizaram a possibilidade de chegarem a acordo com a Grécia nos próximos dias, a tempo do Eurogrupo de quinta-feira, até porque o tempo está a terminar, como lembrou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

 

"Acho que o Governo grego tem que ser um pouco mais realista", afirmou Tusk, em Bruxelas. "Não há mais tempo para jogos. O dia está a chegar, e receio que alguém diga que o jogo terminou", avisou Tusk esta tarde, numa conferência de imprensa, em Bruxelas.  

 

Já o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, defendeu que um acordo com a Grécia "é prática e tecnicamente possível" até à reunião de 18 de Junho. "Mas se é politicamente possível não sei", acrescentou.

 

"A saída da Grécia do euro seria muito, muito prejudicial para o país e também teria riscos negativos para a Europa. Alguns dizem que os riscos são hoje muito mais limitados do que eram há alguns anos. Talvez isso seja verdade", referiu Dijsselbloem, em declarações aos jornalistas, em Talim, Estónia.

 

Fonte oficial da Comissão Europeia avançava esta manhã, à Reuters, que "há boas hipóteses de, na próxima semana, haver um acordo que possa ser aprovado pelo Eurogrupo".

(Notícia actualizada às 18h10 com as declarações do porta-voz do governo grego)

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