A Standard & Poor’s voltou a cortar o "rating" da Grécia, de "CCC­+" para "CCC", citando a decisão de Atenas em adiar o reembolso ao Fundo Monetário Internacional para o final de Junho.

A notação financeira de "CCC" é a oitava mais baixa na categoria de "lixo" e indica que a agência vê com elevada probabilidade a possibilidade do emitente entrar em incumprimento. Abaixo desta classificação só existem mais três níveis, sendo "D" o último e que acontece quando existe um "default".

Em Abril esta agência já tinha cortado a notação financeira da Grécia em um nível para a categoria de C, citando a deterioração das condições económicas e financeiras do país nos últimos meses.

Agora a S&P está ainda mais pessimista, pois o adiamento do reembolso ao FMI na última sexta-feira indica que a Grécia está a dar prioridade ao pagamento de salários e pensões em detrimento do cumprimento das obrigações com os credores.

O "outlook" para o "rating" continua a ser negativo, pois são crescentes os riscos de a liquidez do Estado, dos bancos gregos e da economia como um todo se deteriorar ainda mais. "Na nossa opinião, sem uma inversão de tendência na trajectória do PIB nominal e uma reforma profunda no sector público, a dívida da Grécia ´s insustentável, refere a S&P no dia em que primeiro-ministro grego tem mais um encontro com Merkel e Hollande com vista a desbloquear o impasse nas negociações para que a Grécia recebe uma tranche da ajuda financeira de 7,2 mil milhões de euros.

A S&P não acredita que seja possível alcançar um acordo nos próximos dias. E diz que sem um acordo que permita um alívio substancial na dívida, a Grécia entrará em incumprimento nos próximos 12 meses.