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Comissário do euro acredita num acordo com Grécia se Governo se abstiver de "manobras tácticas"
O comissário europeu para o euro acredita num acordo entre os credores e a Grécia nos próximos dias, mas diz que tal só acontecerá se o Governo grego evitar as "manobras tácticas" e tiver "vontade política".
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Valdis Dombrovskis, que visita sexta-feira Portugal para contactar com o Governo no âmbito das recomendações da Comissão Europeia ao país, deu uma entrevista à Lusa em Estrasburgo, onde esteve esta semana a acompanhar a sessão plenária do Parlamento Europeu.
Perante a intensificação nas últimas semanas dos contactos entre o Governo grego e os líderes europeus para chegarem a um entendimento, Dombrovskis disse que acredita que um acordo "é possível nos próximos dias", mas fez depender isso, sobretudo, da "vontade política do Governo helénico" a quem pede que pare com "manobras tácticas" e faça "mais trabalho de substância".
Dombrovskis não descartou a hipótese de os parceiros europeus chegarem a um acordo político no Eurogrupo de 18 de Junho, no Luxemburgo, que permita libertar para a Grécia alguns fundos que aliviem a asfixia financeira do país.
Depois disso acontecer deverão estar várias hipóteses em cima da mesa: o fecho deste programa e início de negociações para um terceiro resgate - uma vez que a Grécia não consegue financiar-se nos mercados - ou uma extensão deste programa até Março do próximo ano.
Atenas e os credores estão a tentar garantir um acordo até 30 de Junho sobre as reformas e cortes que o país terá de efectuar para garantir a última parcela do empréstimo internacional de 7,2 mil milhões de euros.
Já desde Fevereiro que se arrastam as negociações e que têm emperrado sobretudo nos temas do aumento do IVA e cortes das pensões. Na terça-feira, em conferência de imprensa, o Comissário europeu para o euro disse que a Grécia, se não gosta das propostas dos credores, deve indicar às instituições credoras medidas substitutivas daquelas que tem recusado.
Já quanto ao saldo orçamental primário (resultado das receitas e despesas das contas públicas excluindo os juros), as posições estão mais próximas quanto ao excedente a alcançar este ano e nos próximos.
Questionado sobre se uma reestruturação da dívida grega é um tabu na Europa, Dombrovskis disse que, desde 2012, que o Eurogrupo aceita ponderar um alívio no pagamento da dívida caso o país complete o actual programa de resgate e se sujeite a algumas exigências dos credores, mas recusou um corte de dívida.