O ministro grego das Finanças garantiu esta quinta-feira, 11 de Junho, no Parlamento, que Atenas não vai ceder às exigências dos credores no que diz respeito à meta para o excedente primário, ainda que este seja um dos principais pontos de discórdia nesta fase das negociações.

Originalmente, Atenas propunha um excedente primário de 0,6% do PIB, enquanto os credores sugeriam 1%. Contudo, na contra-proposta enviada para Bruxelas esta terça-feira, o Governo decidiu aumentar a meta para 0,75%. Mas não está disposto a ceder mais do que isso.

"Em nenhuma circunstância concordámos com a meta de 1%, como foi avançado", assegurou o responsável das Finanças. "Este tipo de abordagem é parte do problema, e não a solução, e não vamos concordar com isso".

Depois do encontro de ontem – de duas horas - com o presidente francês François Hollande e com a chanceler alemã Angela Merkel, Alexis Tsipras vai reunir-se esta quinta-feira com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker às 14 horas de Bruxelas (13 horas de Lisboa), à margem da cimeira União Europeia/América Latina.

Comissão Europeia acredita em acordo na próxima semana

A reunião entre Alexis Tsipras e Jean-Claude Juncker está a gerar alguma expectativa, depois de vários responsáveis europeus se terem mostrado optimistas e confiantes na possibilidade de um acordo nos próximos dias.  

Segundo avançou fonte oficial da Comissão Europeia à Reuters, a Grécia e os credores poderão chegar a um acordo na próxima semana, a tempo do próximo Eurogrupo, a 18 de Junho.

De acordo com a mesma fonte, as negociações entre Atenas e as instituições – Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia prosseguem esta quinta-feira, com um foco na reforma das pensões, IVA e metas do excedente primário. "Tudo isso e muito mais estará sobre a mesa. Não acho que haverá um avanço ainda hoje, mas acho que há boas hipóteses de, na próxima semana, haver um acordo que possa ser aprovado pelo Eurogrupo", garante fonte da Comissão, citada pela Reuters.

Esta quinta-feira, também o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, apelou à celeridade nas negociações, mostrando-se confiante na possibilidade de um acordo brevemente.

"Gosto muito de tragédias gregas, mas agora precisamos de um final feliz", afirmou Moscovici, em declarações à rádio RTL.

Referindo-se à reunião do Eurogrupo agendada para 18 de Junho, acrescentou: "Nos próximos dias devemos realmente intensificar as conversações e devemos ser produtivos".

Esta manhã, a chanceler alemã informou, em declarações aos jornalistas em Bruxelas, que no final da reunião de ontem "havia unanimidade absoluta que a Grécia vai trabalhar de forma intensiva com as três instituições nos próximos dias para resolver todos os problemas em aberto".

Também o ministro francês das Finanças, Michel Sapin, considerou que as negociações estão a caminhar na direcção correcta. "Desde ontem que as coisas se estão a movimentar na direcção certa", garantiu Sapin, numa conferência de imprensa em Paris. "Ninguém tem o direito de falhar em relação à Grécia. Nem as autoridades gregas nem nós".