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Dijsselbloem: Se o Governo grego não aceita decisões difíceis, então "está sozinho"
O presidente do Eurogrupo insiste que a "bola está do lado da Grécia" e que o Governo tem de aceitar que não existem soluções fáceis. Depois de o FMI ter abandonado as negociações, os trabalhos serão retomados "em breve", garantiu Juncker esta manhã.
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O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, voltou a defender esta sexta-feira, 12 de Junho, que a "bola está do lado da Grécia" e que o Executivo de Atenas tem de aceitar a necessidade de "tomar decisões difíceis". Caso contrário, sublinha Dijsselbloem, ficará "sozinho".
"Se o Governo grego não aceita o facto de que não existem soluções fáceis e que é preciso tomar decisões difíceis, então está sozinho. Não podemos ajudar a Grécia se a Grécia não se quer ajudar a si própria", afirmou o presidente do Eurogrupo, em entrevista ao jornal finlandês, Helsingin Sanomat.
Ainda assim, o responsável sublinha que, se houver vontade política e credibilidade nas propostas, é possível chegar a um acordo antes do final do mês. "A decisão política até pode ser tomada já amanhã, desde que seja credível e assegure a independência financeira da Grécia", acrescentou Dijsselbloem, na mesma entrevista.
Esta manhã, também a chanceler alemã Angela Merkel reiterou a importância de prosseguir com as negociações, sendo que todas as partes devem estar
Presidente do Eurogrupo
empenhadas em alcançar um acordo. Num discurso em Berlim, a chanceler repetiu que "se houver vontade, há um caminho". "Mas a vontade tem de vir de todas as partes", acrescentou.
Negociações entre Atenas e os credores serão retomadas brevemente
Depois de a equipa do Fundo Monetário Internacional (FMI) ter abandonado as negociações com os representantes do Governo grego, em Bruxelas, o presidente da Comissão Europeia já veio garantir que os trabalhos serão retomados "em breve", envolvendo inicialmente tecnocratas, e só depois políticos. Em entrevista à rádio France Culture, Juncker insistiu na ideia de que "a bolsa está no campo da Grécia".
Numa conferência de imprensa, esta manhã, o presidente da Comissão Europeia explicou que a retirada da equipa negocial do FMI não significa que a instituição tenha desistido de chegar a um acordo com Atenas.
"Acho que não se pode interpretar a acção do Fundo Monetário Internacional no sentido de que vai abandonar as negociações", afirmou Juncker, citado pelo The Guardian. "Falei durante muito tempo com o primeiro-ministro grego, na noite passada, e provavelmente farei o mesmo nos próximos dias. Acho que é necessário uma solução".