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Sigmar Gabriel avisa que a Europa está a perder a paciência com a Grécia

Num artigo de opinião publicado no jornal Bild, o ministro da Economia da Alemanha escreve que a "sombra de uma saída da Grécia da Zona Euro é cada vez mais perceptível".  

5 de Junho – Tsipras reagindo às proposta recebidas pelos credores. 

“As propostas apresentadas pelos credores são irrealistas. O governo grego não pode concordar com propostas absurdas”.
Reuters
14 de Junho de 2015 às 18:34
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"Queremos ajudar a Grécia e manter o país no euro. No entanto, não é só tempo que se está a esgotar mas também a paciência. Por toda a Europa há um sentimento crescente: já chega", escreve Sigmar Gabriel num artigo de opinião que será publicado esta segunda-feira, 15 de Junho, no Bild.

Para Sigmar Gabriel a "sombra de uma saída da Grécia da Zona Euro é cada vez mais perceptível". "Os téoricos gregos da economia dos jogos estão a jogar com o futuro do seu país. E da Europa", critica o responsável pela pasta da Economia e presidente dos Socias Democratas alemães que fazem parte da coligação no poder.

Sigmar Gabriel critica o processo negocial e avisa que a Alemanha pode parar de apoiar Atenas. "Cada nova 'tentativa final' de alcançar um acordo começa a tornar todo este processo ridículo", escreve o reponsável alemão, numa altura em que decorrem, em Bruxelas, negociações técnicas que visam alcançar um entendimento entre Atenas e os credores internacionais para que seja desbloqueada a última tranche do programa de ajuda externa.

As declarações de Gabriel juntam-se às de Donald Tusk e de Jeroen Dijsselbloemreflectem a crescente exasperação dos credores perante a atitude do Governo de Atenas, que se recusa a ceder às suas exigências. Esta quinta-feira, 11 de Junho, durante a Cimeira União Europeia/América Latina, o presidente do Conselho Europeu afirmou que o governo grego "tem que ser um pouco mais realista". "Não há mais tempo para jogos. O dia está a chegar, e receio que alguém diga que o jogo terminou."

Já o presidente do Eurogrupo defendeu que a Grécia tem de aceitar a necessidade de "tomar decisões difíceis". Caso contrário, sublinha Dijsselbloem, ficará "sozinha". "Se o Governo grego não aceita o facto de que não existem soluções fáceis e que é preciso tomar decisões difíceis, então está sozinho. Não podemos ajudar a Grécia se a Grécia não se quer ajudar a si própria", afirmou o presidente do Eurogrupo, em entrevista ao jornal finlandês, Helsingin Sanomat.


O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou este sábado, 13 de Junho, que Atenas está preparada para "um compromisso difícil" com os seus credores internacionais, e afastou a possibilidade de convocar eleições ou referendos no país.

 

"Se chegarmos a um acordo viável, mesmo se o compromisso for difícil, vamos enfrentar este desafio porque o nosso único critério é a saída da crise e acabar com a submissão a programas de resgate", afirmou Tsipras numa reunião que teve lugar ontem à noite com os seus colaboradores, citado num comunicado emitido pelo Governo grego.

 

Citado na mesma nota, Tsipras excluiu a opção de convocar eleições ou um referendo sobre as negociações com os credores e garantiu que qualquer decisão - "por mais difícil que seja" - será tomada pelo Governo.

Já este domingo, uma fonte do governo grego, citada pela agência Bloomberg, garantiu que o país não vai aceitar cortes nas pensões e aumentos do IVA nos produtos de primeira necessidade. 

O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, tinha já afirmado que o pedido do FMI para reformar o sistema de pensões grego é "ridículo". "É o tipo de proposta que se põe na mesa quando não se quer chegar a um acordo", disse Varoufakis, dois dias depois do FMI ter considerado "insustentável" o sistema de pensões da Grécia. Para o ministro grego, esta é uma posição de "ruptura" que "simplesmente se deveria deixar de lado".

"O motivo pelo qual não assinamos o que é oferecido é que se trata de mais uma versão das propostas falhadas que se apresentaram no passado", afirmou Varoufakis numa entrevista concedida ontem à cadeia britânica BBC Radio 4. 

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