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Taxa de desemprego na Grécia voltou a subir no primeiro trimestre
O número de desempregados na Grécia voltou a aumentar no primeiro trimestre de 2015, para uma taxa de 26,6%. Esta quinta-feira os sindicatos gregos organizam protestos em 59 cidades.
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Já se sabia que a situação financeira da Grécia continua bastante frágil e que tem vindo a agravar-se nos últimos meses. Agora sabe-se que também os níveis de desemprego, não só continuam em níveis preocupantes, como voltaram a subir no primeiro trimestre deste ano.
De acordo com o instituto de estatísticas oficial da Grécia, a taxa de desemprego não ajustada de sazonalidade subiu para 26,6% no primeiro trimestre deste ano, valor que se segue à taxa de 26,1% registada nos últimos três meses do ano passado.
O desemprego de longa duração é especialmente preocupante na medida em que atinge já uma taxa de 71,6% do total do desemprego verificado nos primeiros três meses do ano. Por segmento da população, o desemprego é mais elevado entre as mulheres (30,6%) do que entre os homens (23,5%).
Assim, a taxa de desemprego grega acaba por acompanhar o sentimento provocado pelo impasse nas negociações entre Atenas e as instituições credoras, isto numa fase em que a Grécia terá de devolver quase 1,6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Tendo em conta a escassez financeira na Grécia, o país irá mesmo entrar em incumprimento caso não seja desbloqueada a tranche, ou parte desta, de 7,2 mil milhões de euros prevista no programa de assistência grego que permanece em curso até ao final deste mês.
Em Maio a Comissão Europeia reviu em forte baixa as previsões económicas para a Grécia. Esta instituição europeia que em Fevereiro ainda antecipava um avanço do PIB helénico de 2,5%, prevê agora que a economia grega cresça apenas 0,5% em 2015.
No dia em que foram conhecidos os dados do desemprego e em que o primeiro-ministro Alexis Tsipras se reúne novamente com o presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker, o governo grego enfrenta também os maiores protestos desde que venceu as eleições a 25 de Janeiro último.
Esta quinta-feira, segundo escreve o The Guardian, cerca de 700 sindicatos e organizações do trabalho, aliados ao Partido Comunista Grego (KKE), organizaram um conjunto de protestos em 59 cidades gregas.
Os trabalhadores gregos protestam contra a possibilidade que vem sendo avançada pela comunicação social e que passa pelas negociações em curso entre Atenas e os credores sobre um eventual novo resgate que permita à Grécia ganhar tempo para aplicar algumas das reformas exigidas e ainda recuperar alguma estabilidade financeira.
Tendo em conta o impasse que se prolonga desde Fevereiro, os credores poderão aceitar negociar um prolongamento do actual memorando com a Grécia, que vigoraria até Março do próximo ano, mês em que terminam os pagamentos previstos ao FMI, seguindo de um terceiro programa de ajuda.