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Martin Schulz: "Acordo com a Grécia não vai resolver o problema"

Qualquer que seja o acordo que os gregos acertem com as instâncias europeias, ele não será suficiente. É preciso um compromisso de longo prazo, defende Martin Schulz, que se opõe à subida do IVA na saúde e a mais cortes nas pensões.

Reuters
10 de Junho de 2015 às 14:11
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Atenas vai ter de continuar a trabalhar com a Europa, mesmo que consiga chegar a um acordo que garanta dinheiro fresco aos cofres gregos antes do final do actual programa de resgate. "Sejamos honestos: o que quer que se acorde, nesta semana ou na próxima, não vai resolver o problema; é uma solução de curto prazo. Os problemas gregos têm de ser resolvidos com base numa estratégia de longo prazo", defende Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu.

 

Essa estratégia deve assentar em três áreas estratégicas para os gregos: exportação de energias renováveis, investimentos no turismo e no sector agrícola. Segundo Schulz, à medida que se caminha para uma Europa com cada vez menos combustíveis fósseis, "a energia renovável será um dos produtos mais exportáveis da Grécia". Por outro lado, "2013 e 2014 foram os melhores anos no turismo grego", pelo que é necessário "fazer investimento sustentável em hotéis, transportes e serviços".

 

Schulz vê a Grécia como um país com "oportunidades" quando houver investimento. "Mas vai ser necessário uma estratégia combinada", porque "o que estamos a fazer na gestão da dívida é apenas discutir como gerir a dívida", mas "não o conseguiremos fazer sem crescimento". "Quando pedimos uma estratégia, ela tem de se basear na gestão da dívida e no crescimento", avisa Schulz.

 

A propósito da possibilidade de subir o IVA na Grécia, em especial nos cuidados de saúde, Schulz mostrou que não está de acordo. "Num país com tantos problemas, subir os custos dos cuidados de saúde não é muito razoável", assinalou. Vai ser necessário "encontrar compromissos" para que na Grécia "os cidadãos comuns não tenham um fardo ainda maior". Também novos cortes nas pensões estão fora de questão, para Schulz.

 

Por outro lado, é essencial que o governo de Alexis Tsipras combata a evasão fiscal. "Espero que o governo grego introduza um sistema fiscal que leve os cidadãos que não pagam a pagar. Os mais ricos tiveram a oportunidade de retirar mais de 100 mil milhões de euros do país. Temos de levar esse dinheiro de volta para o país e taxá-lo", afirma.

 

Chegou a estar previsto, para esta quarta-feira, um encontro entre Tsipras e os chefes de Governo de França, François Hollande, e Alemanha, Angela Merkel. Porém, depois de as novas propostas gregas terem sido consideradas "vagas" e "pouco sérias" por vários responsáveis europeus, esse encontro pode já não ter lugar.

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