O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho elevou o tom das críticas aos pilotos da TAP. Em declarações proferidas em Beja, na abertura da Ovibeja, Passos acusou o Sindicato dos Pilotos de Aviação (SPAC) de ter "aprisionado a estratégia [da TAP] ao longo de muitos", garantindo que "isso algum dia terá de acabar".

Com o aproximar de sexta-feira, dia que assinala o início da greve de 10 dias decretada pelos pilotos da TAP, a decorrer no período entre 1 e 10 de Maio, Passos Coelho aproveitou a ocasião para lembrar os portugueses que "há muitos anos temos este problema na TAP, não é recente". Por isso, defende que "o Governo não pode dirigir mais impostos dos portugueses" para esta empresa.

O primeiro-ministro falava da privatização em curso da TAP, processo cuja não conclusão "está fora de questão", assegurou. E "se o objectivo dos pilotos é impedir a privatização da TAP", Passos considera esse "um objectivo perverso".

E insistiu na ideia de que a não privatização da TAP significará ter uma companhia aérea de menor dimensão devido ao que afiança ser a inevitabilidade "de um processo de despedimento colectivo". Culminar que "não interessa aos próprios trabalhadores".

Ainda assim, o chefe do Executivo português disse esperar "que os pilotos possam ponderar bem as consequências desta greve", até porque "a situação actual já é muito difícil para a empresa e para o país". E sublinha que "o impacto de uma greve de dez dias pode ter na economia é significativo".

Por fim, recuperando a ideia já transmitida no início desta semana, o primeiro-ministro lamentou que o acordo assinado com a maioria dos sindicatos de trabalhadores da TAP, assinado em Dezembro, não esteja a ser respeitado pelo sindicato dos pilotos.