Notícia
Novo Lítio suspensa em bolsa até prestar informações sobre projecto em Montalegre
A negociação das acções da Novo Lítio, nova designação da mineira australiana Dakota Minerals desde finais de Maio, foi suspensa até a empresa fornecer informações sobre o estado do seu projecto em Sepeda, na região transmontana de Montalegre.
As acções da Novo Lítio, ex-Dakota Minerals, foram suspensas na quinta-feira, 22 de Junho, de negociação na bolsa de valores australiana (ASX), informou a Mining Weekly. A suspensão ocorreu a pedido da própria empresa, de acordo com comunicado colocado no site da gestora da bolsa.
A empresa, que adoptou no final de Maio esta nova designação para reflectir a maior aposta em Portugal, terá de fornecer informações à ASX sobre o estado do projecto onde tem estado envolvida, em Sepeda (Montalegre, em Trás-os-Montes).
A Novo Lítio referiu em Maio que o seu estudo sobre o projecto em Sepeda estava quase concluído, recorda por seu lado a Engineering News, acrescentando que a empresa disse estar convicta de que os depósitos de petalite em Portugal oferecem vantagens económicas face aos depósitos de espodumena da Austrália e do Canadá, dado estarem mais perto dos locais de processamento na Europa.
No passado dia 28 de Abril, a ainda Dakota Minerals explicou em comunicado que depois de ter vendido, em 1 de Dezembro, o projecto de prospecção de lítio Lynas, na Austrália, tinha passado a focalizar as suas operações no mercado europeu, com o objectivo de ser um "fornecedor sustentável" de carbonato e hidróxido de lítio no Velho Continente.
Mais tarde, a 29 de Maio, a empresa anunciou que o mineral de lítio extraído na prospecção em Sepeda tinha sido considerado adequado para a produção de componentes de baterias de iões lítio.
De acordo com o comunicado divulgado pela empresa, os primeiros testes de metalurgia realizados na Alemanha mostraram que pode ser possível produzir carbonato de lítio - um dos elementos usados na produção das baterias eléctricas com aplicação em automóveis - com um grau de pureza de 99,97% a partir da petalite extraída naquela prospecção em Trás-os-Montes.
Este facto "reduz o risco de desenvolvimento" do projecto da empresa em Portugal, referia. "Os testes confirmam que podem ser usados métodos-padrão industriais e comercialmente comprovados para a produção de carbonato de lítio a partir da petalite de Sepeda," concretizava o comunicado.
O lítio português tem estado a atrair várias empresas para o país. A empresa mineira Savannah, sediada em Londres, tornou-se no mais recente operador a entrar na prospecção de lítio - o mineral metálico usado no fabrico de baterias usadas na electrificação automóvel e doméstica, e que pode ser um atractivo para a Tesla escolher o nosso país para acolher a sua fábrica europeia – em Portugal.
A Savannah anunciou a 25 de Maio a compra de uma posição maioritária de 75% na Slipstream Investments, a empresa que detém os direitos de exploração de quartzo, feldspato e lítio na Mina do Barroso, concelho de Boticas, Trás-os-Montes.
Em causa, de acordo com um comunicado colocado no site da companhia, está uma área de 542,12 hectares (5,42 quilómetros quadrados), além de quatro zonas em que falta ainda obter licenças e que totalizam mais 1.018 quilómetros quadros: Covas do Barroso, Serra d’Arga, Barca d’Arga e Tâmega.
A mina terá já um plano mineiro aprovado, além do estudo de impacto ambiental e licença válida por 30 anos desde a data de concessão, até 2036. E será "um dos mais avançados projectos de desenvolvimento de lítio na Europa com maior potencial de rapidamente passar à fase de produção".
(Notícia actualizada às 8:45 de dia 23 de Junho)