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Secretário de Estado pressionado a demitir-se por causa da lei dos solos
Secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, é visado por ter criado duas empresas que podem beneficiar com a nova lei dos solos.
O Chega pede a demissão imediata do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, na sequência de notícia divulgada pela RTP na sexta-feira, segundo a qual o governante criou duas empresas que podem beneficiar com a nova lei dos solos. Já o PCP exige a intervenção imediata do primeiro-ministro.
O partido liderado por André Ventura junta-se assim ao Bloco de Esquerda que este domingo já tinha pedido a demissão do secretário do Estado. Esta terça-feira os bloquistas pediram uma audição urgente ao secretário de Estado no Parlamento por considerar que a criação das duas empresas "pode configurar conflito de interesses nas suas funções, dado que o ministério que integra é o responsável" pelas alterações à lei dos solos.
André Ventura, líder do Chega considera que este caso revela uma "situação de incompatibilidade pura" e é "corrupção aos olhos de todos". "A lei dos solos, que justamente contestámos, já está a fazer das suas. Ainda a lei não está em vigor e já está, às claras, o que é que vai acontecer quando ela entrar em vigor", disse esta segunda-feira o líder comunista, Paulo Raimundo.
Na sexta-feira, a RTP noticiou que o secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias, criou duas empresas que podem agora beneficiar com a nova lei dos solos, sendo que é governante do ministério que tutela essas alterações.
Uma semana antes, o mesmo canal de televisão avançou que Hernâni Dias está a ser investigado pela Procuradoria Europeia e é suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.
De acordo com a RTP, a propriedade de um imóvel ocupado no Porto pelo filho de Hernâni Dias pertence ao filho de um dos sócios de uma construtora que ganhou o concurso para a ampliação da zona industrial de Bragança.
Esta terça-feira, num comunicado enviado à agência Lusa, Hernâni Dias recusou ter cometido qualquer ilegalidade, afirmando que está "de consciência absolutamente tranquila" e que agiu "com total transparência".