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Novo Lítio prolonga (mais uma vez) suspensão em bolsa

É, no espaço de menos de um mês, a terceira extensão da pausa voluntária de negociação em bolsa, numa altura em que a empresa que procura lítio em Trás-os-Montes está em diferendo com a detentora da licença de prospecção.

07 de Julho de 2017 às 11:00
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A companhia australiana que prospecta lítio em Trás-os-Montes - e que tem um diferendo com a empresa detentora da licença que pode acabar em tribunal - prolongou pela terceira vez em menos de um mês a suspensão da cotação em bolsa enquanto tenta resolver aquela divergência.

 

"A companhia pediu a suspensão continuada da negociação das suas acções na ASX enquanto confirma o estado dos seus direitos no projecto Sepeda," lê-se num comunicado remetido esta sexta-feira, 7 de Julho, à ASX, entidade gestora da bolsa australiana. A pausa voluntária nas negociações estende-se assim até, no máximo, dia 24 de Julho.


A suspensão de negociação foi pedida inicialmente a 22 de Junho e renovada entretanto mais duas vezes. Esta é, assim, a terceira renovação em menos de um mês por parte da empresa.

No mesmo documento, a empresa afirma que continua em contacto com o vendedor – a Lusorecursos – para "concluir a transferência da licença de exploração atribuída e dos pedidos de licença de exploração que incluem o projecto de Sepeda" na região de Montalegre.


A 30 de Junho, os australianos admitiram avançar para tribunal contra a Lusorecursos caso não conseguissem transferir estas autorizações para sua propriedade, num comunicado que era omisso em relação aos motivos que estão a travar a transferência dos direitos.

O acordo vinculativo com a Lusorecursos para comprar 100% dos direitos de prospecção de lítio em três áreas em Portugal, incluindo a de Barroso-Alvão onde se inclui Sepeda, tinha sido anunciado a 1 de Junho do ano passado pela Dakota Minerals – anterior designação da Novo Lítio.

O acordo previa o pagamento à cabeça de 10 mil euros à Lusorecursos Lda, a que acresceriam mais 10 mil euros e 63 mil euros em contrato de consultoria com a concessão de direitos de exploração experimental. De acordo com os recursos de lítio encontrados no local, a empresa de origem australiana comprometia-se a pagar mais até um milhão de euros à Lusorecursos.


Contactadas, nem a Novo Lítio, nem a Lusorecursos responderam ao Negócios até ao momento sobre as razões que estão na origem do diferendo nem sobre se os termos financeiros do acordo têm sido cumpridos. Também não foi possível obter resposta do gabinete do secretário de Estado da Energia.

A companhia chegou a anunciar que o lítio extraído naquele local tinha sido considerado adequado para a produção de componentes de baterias de iões lítio e disse estar a ponderar realizar um investimento de 370 milhões de euros na construção de uma mina e de instalações de processamento do mineral.

Duas fontes no local confirmaram entretanto que, na altura da suspensão inicial em bolsa, as máquinas e os trabalhadores foram retirados do local onde decorrem as prospecções - o que não foi possível confirmar posteriormente. Em declarações posteriores, o CEO da Novo Lítio, David Frances, garantiu que a empresa "ainda está a realizar perfurações e a levar a cabo outros trabalhos de avaliação em Sepeda."


Na semana passada, em resposta ao Negócios, a bolsa de valores australiana dizia não ter conhecimento de quaisquer irregularidades envolvendo a empresa cotada. "A ASX não tem conhecimento de quaisquer alegações de ‘fonte anónima’ ou de qualquer ‘actividade irregular’," disse Matthew Gibbs, director geral de media e comunicação da gestora da bolsa.

A ASX referia ainda que aceitou o pedido de suspensão e que a Novo Lítio considera que o projecto de prospecção em Portugal "é material".

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