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Novo Lítio prolonga suspensão de negociação em bolsa

A empresa que está a fazer prospecções de lítio no Norte do país estendeu o prazo de suspensão da negociação em bolsa até dia 3 de Julho. A empresa diz ter de "gerir as suas obrigações de informação contínua enquanto determina o estado do projecto de lítio (...) em Portugal."

26 de Junho de 2017 às 10:23
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A Novo Lítio, empresa que sucedeu à Dakota Minerals e que tem realizado actividades de prospecção de lítio no concelho de Montalegre, Trás-os-Montes, pediu a extensão da suspensão de negociação das suas acções na bolsa australiana, pelo menos até dia 3 de Julho.

O argumento utilizado para invocar a suspensão voluntária é permitir à empresa "gerir as suas obrigações de informação contínua enquanto determina o estado do projecto de lítio de Sepeda em Portugal," sem adiantar mais pormenores.

Na terça-feira passada, 22 de Junho, a empresa tinha pedido a suspensão das negociações da acção em bolsa, pendente de um anúncio sobre a situação da prospecção em Sepeda, Montalegre, e que vigoraria pelo menos até esta segunda-feira. 

Agora, no pedido de suspensão voluntária enviado à empresa gestora da bolsa australiana, ASX, pede-se que essa pausa na negociação se inicie esta segunda-feira, 26 de Junho, e se mantenha até dia 3 de Julho, data em que as acções deverão começar a negociar novamente.

O Negócios confirmou junto de duas fontes que no início da semana passada as máquinas e os trabalhadores foram retirados do local onde decorrem as prospecções, no que deverá ser uma desmobilização temporária. Não foi possível atestar, no terreno, se essa retirada de facto ocorreu.

Em declarações posteriores, o CEO da Novo Litio, David Frances, garantiu que a empresa "ainda está a realizar perfurações e a levar a cabo outros trabalhos de avaliação em Sepeda."

A empresa australiana tem desenvolvido nos últimos meses prospecções na concessão de Sepeda, onde tenta localizar ocorrências minerais que justifiquem a exploração de lítio na região. Aqui se detectou, segundo a empresa, "o maior jazigo pegmatítico do tipo lítio-césio-tântalo a nível europeu", de acordo com os padrões de reporte australianos.

No terreno desde meados de 2016, a 29 de Maio deste ano a Dakota Minerals anunciou que o mineral de lítio extraído na prospecção em Sepeda tinha sido considerado adequado para a produção de componentes de baterias de iões lítio, já que os primeiros testes de metalurgia realizados na Alemanha mostraram que pode ser possível produzir carbonato de lítio - um dos elementos usados na produção das baterias eléctricas com aplicação em automóveis - com um grau de pureza de 99,97% a partir da petalite extraída.

Esses dados serão incorporados no estudo preliminar de potencial da exploração que a Dakota está a levar a cabo. De acordo com a empresa, aquele estudo seria apresentado nas duas semanas seguintes àquela data de 29 de Maio, o que não chegou a acontecer - pelo menos publicamente.

Em causa está a descoberta de recursos minerais que justifiquem a construção de uma mina e de instalações de processamento do mineral, num investimento potencial de 370 milhões de euros para criar 200 empregos, que a companhia diz que a tornará num fornecedor sustentável de lítio para a Europa, seja para a indústria de baterias de iões-lítio, seja para a de cerâmica e vidro.

Sobre as razões concretas na base do litígio que opõe a Novo Lítio e a Lusorecursos, nenhuma destas duas empresas respondeu até ao momento às questões colocadas pelo Negócios, tal como aconteceu no caso das perguntas formuladas ao gabinete do secretário de Estado da Energia.

(Notícia actualizada às 15:00 de dia 4 de Julho com introdução de declarações do CEO da Novo Lítio)
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