Notícia
BCE autoriza italiano Unicredit a aumentar participação no alemão Commerzbank
Segundo o Unicredit, liderado por Andrea Orcel, o calendário inicial para decidir sobre uma fusão potencial poderá ser estendido "muito além do fim de 2025".
O Banco Central Europeu (BCE) autorizou o banco italiano UniCredit a adquirir uma participação direta de até 29,9% no banco alemão Commerzbank, segundo a informação esta sexta-feira divulgada pelo banco italiano.
O banco liderado por Andrea Orcel disse que, embora a aprovação evidencie a sua solidez financeira, "existem ainda muitos fatores que determinarão as etapas futuras" e indicou que ainda são necessárias mais aprovações antes de aumentar a sua posição acionista no banco alemão.
Segundo o Unicredit, o calendário inicial para decidir sobre uma fusão potencial poderá ser estendido "muito além do fim de 2025".
O UniCredit manifestou ainda a sua esperança pela oportunidade de se envolver num diálogo construtivo com o novo Governo da Alemanha assim que este for formado.
O Unicredit, um dos principais bancos de Itália e que tem operações fortes em vários países europeus, tem feito várias movimentações que estão a agitar o setor bancário europeu, sendo a principal a aquisição de uma posição importante no alemão Commerzbank, que relançou o tema das fusões transfronteiriças na banca europeia e abriu uma brecha nacionalista entre Roma e Berlim.
O aumento da participação do Unicredit no Commerzbank para 29,9% põe o banco italiano à beira de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA).
A perda de controlo do Commerzbank faz recrudescer os receios de perda de empregos e de problemas económicos na Alemanha, desde logo por poder dificultar o financiamento às pequenas e médias empresas.
O Unicredit também está a tentar adquirir o banco italiano BPM - Banco Popolare Milano, numa operação avaliada em 10 mil milhões de euros. O BPM tem dito que uma fusão com o Unicredit implicaria a perda de 6.000 empregos.
Recentemente, o Unicredit comprou o fornecedor de serviços bancários Vodeno (sede em Varsóvia, Polónia) e o banco digital Aion Bank (sede em Bruxelas, Bélgica).
No início do ano, já tinha comprado 5% do capital da seguradora Generali (das maiores seguradoras de Itália e da Europa).
A liderar todas estas operações está o italiano Andrea Orcel (61 anos), uma estrela do setor bancário conhecido como o 'Cristiano Ronaldo dos banqueiros' pela experiência em fusões e aquisições na banca.
Em 2018 foi anunciado para ser presidente executivo do Santander mas desentendimentos sobre o seu salário com a mulher forte do grupo espanhol, Ana Botín, levaram o Santander a recuar na contratação. Orcel foi para a Justiça e o banco foi condenado a pagar-lhe 43 milhões de euros.
Em 2024, o Unicredit teve lucros de 9,3 mil milhões de euros e o Commerzbank 2,62 mil milhões de euros.