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"Megacaps" dão força a Wall Street após uma semana negra
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta sexta-feira.
"Megacaps" dão força a Wall Street após uma semana negra
As principais bolsas norte-americanas abriram em alta na última sessão da semana, numa altura em que as "megacaps" sobem e dão algum alívio aos mercados acionistas, que registaram uma semana agitada devido às políticas protecionistas dos EUA.
Os índices estão agora a corrigir das perdas avultadas. O S&P 500 sobe 0,93% para os 5.572,93 pontos, depois de na sessão anterior ter caído para território de correção, já que perdeu mais de 10% desde que atingiu máximos a 19 de fevereiro.
Já o Nasdaq Composite - o mais castigado esta quinta-feira -, recupera e ganha 1,6% para 17.579,38 pontos. Já o Dow Jones soma 0,48% para 41.012,94 pontos.
A incerteza que paira sobre as políticas de tarifas "inconsistentes" do Presidente dos EUA lançou uma sombra sobre as perspetivas de investimento, ameaçando arrastar a economia norte-americana para uma inflação elevada e uma recessão - cenário que ainda está bem presente entre os investidores.
"Embora nos estejamos a habituar a este caos, ainda parece que a política dos EUA está a ser anunciada de forma aleatória", considerou à Reuters Art Hogan, da B Riley Wealth.
A animar o sentimento dos investidores está ainda a convicção dos economistas de que a Reserva Federal vai cortar os juros duas vezes este ano, apesar de manterem as taxas inalteradas nos primeiros seis meses. Segundo a Bloomberg, a Fed deverá proceder a duas descidas dos juros: em setembro e em dezembro. O melhor é "esperar para ver", dizem, para avaliar o impacto das tarifas de Trump na economia.
Além disso, depois de esta manhã o ouro ter ultrapassado a barreira dos 3.000 dólares por onça, as ações das empresas do setor valorizaram: Barrick Gold ganha 1,9%, a Gold Fields aumenta 2,3% e a Sibanye Stillwater soma 3,1%.
Euribor desce a três, sobe a seis e mantém-se a 12 meses
A Euribor desceu hoje a três meses, abaixo de 2,5%, subiu a seis e manteve-se igual a 12 meses em relação a quinta-feira.
Com as alterações de hoje, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter descido as taxas diretoras em 25 pontos base na semana passada, a taxa a três meses, que baixou para 2,478% (menos 0,023 pontos), continuou acima da taxa a seis meses (2,415%) e da taxa a 12 meses (2,451%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje para 2,415%, mais 0,029 pontos.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a janeiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,75% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,52% e 25,57%, respetivamente.
A taxa Euribor a três meses entra no cálculo da taxa base dos Certificados de Aforro, que é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil de cada mês, para vigorar durante o mês seguinte, e não pode ser superior a 2,50% nem inferior a 0%.
A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série F, foi fixada de novo em 2,500% em março de 2025.
Em termos mensais, a média da Euribor em fevereiro voltou a descer a três e a seis meses.
A Euribor a 12 meses, que tinha subido em janeiro pela primeira vez depois de nove meses a cair, também desceu em fevereiro.
Assim, a média da Euribor a três, seis e a 12 meses em fevereiro desceu 0,177 pontos para 2,525% a três meses, 0,154 pontos para 2,460% a seis meses e 0,118 pontos para 2,407% a 12 meses.
Como antecipado pelos mercados, o BCE decidiu em 05 de março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril, numa altura em que os juros das dívidas soberanas estão a subir.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 16 e 17 de abril em Frankfurt.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Europa deixa tarifas de lado e anima-se com impulso ao consumo na China
As principais bolsas europeias estão a negociar em alta na última sessão da semana, num momento em que os investidores parecem estar animados com as expetativas de aumento de consumo por parte da China, já que o Governo se prepara para anunciar um novo pacote de estímulo ao consumo na próxima segunda-feira.
A notícia veio pôr água na fervura dos investidores dominados por um sentimento negativo, já que a guerra comercial das tarifas entre o bloco e os EUA se adensa.
Donald Trump ameaçou esta quinta-feira taxar a 200% as importações de bebidas alcoólicas europeias, em resposta às tarifas de 26 mil milhões de euros do bloco ao lado de lá do Atlântico. A escalada de tensões tem feito mossas nas expetativas de crescimento económico das duas partes.
As ações europeias abriram a sessão sem força, e estavam perto da linha d'água, depois das quedas registadas na quinta-feira terem reduzido o ganho anual do "benchmark" para menos de 7%. Agora, o Stoxx 600, ganha 0,5% para 543,21 pontos. Ainda assim, a Europa deve fechar segunda semana de quedas consecutiva.
Os setores de tecnologia e dos "basic resources", estão a dar o maior impulso num momento em que saltam mais de 1%. A travar maiores subidas estão as "utilities" e os media.
Entre os principais movimentos do mercado, a Carlsberg subiu até 5% depois de o RBC ter melhorado a classificação da fabricante de cerveja, assinalando a pouca exposição ao mercado norte-americano.
Já a holandesa Universal Music Group a cair até 11%, depois de a acionista Pershing Square ter vendido as ações da empresa "com desconto".
As ações da Kering mergulharam 12% após ter escolhido Demna Gvasalia como o novo diretor da Gucci, que se encontra em dificuldades.
No setor automóvel, que tem sido um dos mais fragilizados com as tarifas e o abrandamento europeu, a BMW cedeu perto de 2% após ter previsto que a rentabilidade deste ano ficará "muito abaixo" dos seus objetivos.
Entre as principais praças europeias, o alemão Dax e o italiano FTSEMIB avançam ambos 0,47%, o francês CAC-40 soma 0,57%, o britânico FTSE100 salta 0,36% e o holandês AEX ganha 0,40%. Também o espanhol IBEX 35 valoriza 0,65%.
Juros agravam-se na Zona Euro. "Gilts" escapam
Os juros da dívida soberana da Zona Euro estão a subir esta sexta-feira, e o foco dos investidores recai sobretudo nos desenvolvimentos da guerra das tarifas entre a União Europeia e os Estados Unidos, a conversações sobre tréguas na Ucrânia e no debate no Parlamento alemão.
O futuro chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, debate com a oposição para tentar que seja aprovado um novo acordo de dívida do país. Assim, os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, agravam-se em 2,5 pontos base para 2,877%.
Por cá, os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, sobem 1,5 pontos base para 3,374%, no dia em que Portugal vai ao primeiro teste das agências de rating desde que o país entrou em crise política. A Fitch vai hoje avaliar a qualidade da dívida pública portuguesa.
No país vizinho, a "yield" da dívida espanhola com o mesmo vencimento soma 1 ponto para 3,507%. Em Itália, o agravamento é ligeiro, de 0,2 pontos para 4,004% e a rendibilidade da dívida francesa cresce 1,6 pontos base para 3,571%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, seguem a tendência contrária e sobem 0,1 pontos base para 4,679%.
Euro afasta-se de máximos de cinco meses e dólar segura posição
O dólar norte-americano consegue segurar a sua posição face ao euro, que se afasta cada vez mais de máximos de cinco meses, num momento em que os investidores digerem a escalada de tensões com as retaliações das tarifas entre os dois blocos.
O euro cede a esta hora modestos 0,01% para 1,0851 dólares, e, face à divisa nipónica, a moeda única ganha 0,77%. O iene perde força esta sexta-feira, perante a queda nas apostas de mais cortes nas taxas de juro por parte do Banco do Japão. O dólar ganha 0,8% para 148,97 ienes.
Depois de a União Europeia anunciar um pacote de tarifas de 26 mil milhões de euros sobre os produtos norte-americanos, em resposta às taxas dos EUA sobre aço e alumínio, Trump elevou a fasquia e ameaçou o bloco com tarifas de 200% sobre a importação de bebidas alcoólicas europeias.
Sem acordos comerciais à vista, o mercado pesa ainda a situação económica da Alemanha. O chanceler alemão, Friedrich Merz, tem lutado no Parlamento pela aprovação da oposição do seu plano de aumentar de forma significativa os empréstimos do Estado no mercado para se financiar.
O mercado atenta ainda nos acordos por um cessar-fogo entre a Ucrânia e a Rússia, mas as esperanças diminuem, já que Moscovo disse que apoiava a proposta dos EUA, mas impôs algumas condições.
Ouro a seis dólares de atingir os 3.000 dólares pela primeira vez
O ouro bateu esta manhã um novo recorde ao tocar nos 2.994 dólares por onça, impulsionado - como tem sido desde o início do ano - pela tarifas de Donald Trump contra parceiros comerciais por todo o mundo.
A guerra comercial tem levantado dúvidas sobre a resiliência da maior economia do mundo, que poderá caminhar para uma recessão. A incerteza leva a que os investidores corram para comprar este ativo-refúgio.
A onça de metal amarelo aligeirou os ganhos entretanto e sobe agora ligeiros 0,05% para 2.990,58 dólares. O ouro somou 2,6% esta semana, colocando-o no caminho para o maior ganho desde novembro.
"A barreira psicológica dos 3.000 dólares por onça está à vista", disse Yeap Jun Rong, da IG Asia, à Bloomberg. "À medida que nos aproximamos do segundo trimestre - onde as tarifas recíprocas podem desencadear outra onda de agitação no mercado - o ouro continua a ser um ativo atraente que atua como "porto-seguro" num ambiente onde as alternativas são escassas", acrescentou.
O metal precioso teve um desempenho robusto neste trimestre e dá continuação aos ganhos registados em 2024, uma vez que a agenda comercial agressiva da administração dos EUA diminuiu o apetite por ativos de risco, como as ações. O avanço do ouro também foi apoiado pela compra dos bancos centrais, entradas em EFTs e uma onda de previsões de analistas que acreditam que maiores ganhos podem estar reservados na agenda.
A guerra comercial escalou esta quinta-feira. Depois da UE ter anunciado que vai retaliar as tarifas dos EUA, Trump ameaçou com taxas de 200% sobre importação de bebidas alcoólicas do bloco - que podem, inclusivamente, afetar 100 milhões de euros das exportações de vinho português.
Petróleo ganha após mais sanções dos EUA à Rússia e ao Irão
Os preços do petróleo estão a somar ganhos esta sexta-feira, isto depois de os EUA terem reforçado as sanções contra o mercado petrolífero russo e iraniano, contrariando parte das quedas registadas na sessão anterior.
A esta hora, o Brent – de referência para o mercado europeu – ganha 1,04% para 70,61 dólares, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – valoriza 1,14% para 67,31 dólares.
A Casa Branca decidiu impôr mais sanções ao ministro do petróleo do Irão e a mais empresas e navios utilizados no transporte de petróleo bruto do país, membro da Organização de Países Exportadores de Petróleo, ao mesmo tempo que restringiu as opções de pagamento para a energia russa.
A decisão veio aquecer os acordos para tréguas entre a Rússia e a Ucrânia, que, ainda que com desenvolvimentos, parecem não estar perto do fim no curto prazo. Volodymyr Zelensky já tinha concordado com o acordo de cessar-fogo de 30 dias proposto pelos EUA, mas o Kremlin começou esta quinta-feira por rejeitar essa proposta. No entanto, ao final do dia, Vladimir Putin abriu portas a um acordo, ainda que com uma lista de condições.
Queda nos EUA transfere investimentos para mercados asiáticos. Europa ganha com paz na Ucrânia
As bolsas asiáticas puseram um "travão" às perdas registadas até agora e terminaram a última sessão da semana em alta, à exceção da praça sul coreana, à boleia dos sinais de que os Estados Unidos vão conseguir evitar o "shutdown" do Governo, com o aprovamento do projeto de lei de financiamento provisório mais perto de estar fechado.
"Evitar o encerramento do Governo elimina uma incerteza para os mercados, já nervosos com o crescimento económico nos EUA devido à guerra das tarifas do Presidente, Donald Trump. Dois meses após o início da sua presidência, o sentimento em Wall Street passou do otimismo ao nervosismo", o que tem contagiado as praças por todo o mundo, adianta Bo Pei, analista da US Tiger Securities, à Bloomberg.
No entanto, a queda nas ações dos EUA nos últimos dias tem levado a que alguns investidores transfiram os investimentos dos mercados norte-americanos para os mercados asiáticos, especialmente para a China.
Aliás, o índice CSI 300, que reúne as 300 principais ações negociadas em Xangai e em Shenzhen, tocou em recordes deste ano, ao ganhar 2,5%, num momento em que os investidores estão mais otimistas quanto a um apoio estatal para impulsionar o consumo.
O Shanghai Composite saltou 1,7%, registando máximos de dois meses, enquanto o Hang Seng ganhou 2,3%. No Japão, o Nikkei subiu 0,7% enquanto o Topix avançou 0,65%. Em contraciclo, na Coreia do Sul, o Kospi recuou 0,28%.
A Europa aponta também para ganhos, com o Euro Stoxx 50 a somar 0,4%, isto depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, admitir mais negociações com os EUA e a Ucrânia para pôr fim à guerra, embora tenha avisado que qualquer trégua deve conduzir a uma resolução a longo prazo. Ao mesmo tempo, os EUA estão a endurecer as sanções contra a Rússia, restringindo os pagamentos de energia, enquanto prosseguem as conversações de paz.