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“A Alemanha está de volta”. Acordo para investir 500 mil milhões foi oficializado

Os conservadores da CDU e os Verdes conseguiram fechar finalmente o acordo para financiar a defesa e as infraestruturas, depois de uma semana bastante conturbada e que deixou o projeto em causa. Merz vê o momento como decisivo para a Europa.

Friedrich Merz, líder da União Democrata Cristã alemã.
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É oficial. Os conservadores da CDU, os Verdes e os sociais-democratas do SPD fecharam um acordo para financiar um fundo de 500 mil milhões de euros para investir no setor da Defesa e em infraestruturas, com os ecologistas a conseguirem fazer valer algumas das suas pretensões no diploma, que segue agora para o Parlamento alemão (o Bundestag).

Em declarações aos jornalistas em Berlim, o líder dos conservadores alemães Friedrich Merz declarou este momento como decisivo para a Europa e para as suas capacidades militares. "A Alemanha está a fazer uma contribuição significativa para a defesa da paz e da liberdade na Europa", afirmou Merz, explicando que este acordo constitui uma "mensagem para os nossos parceiros assim como para os inimigos da nossa liberdade. Somos capazes de nos defender". Em jeito triunfante, ainda declarou: "a Alemanha está de volta". 

Friedrich Merz, que venceu as eleições de fevereiro, quer que o projeto seja votado o mais rápido possível, ainda na antiga composição do Bundestag, onde a CDU, os Verdes e o SPD gozam de uma maioria superior aos 2/3 necessários para mexer no chamado "travão da dívida" - previsto na Constituição alemã que estabelece limites rigorosos à subida anual da despesa pública.

A proposta deverá ser votada na próximo terça-feira, dia 18. A partir do dia 25 de março, Merz vai encontrar um Parlamento ainda mais dividido. Tanto o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) e o partido de esquerda Die Linke já disseram que vão votar contra a proposta, embora citando razões distintas. No entanto, os dois partidos enfrentaram uma derrota judicial esta sexta-feira, com o Tribunal Constitucional alemão a recusar as ações legais interpostas pela AFD e pelo Die Linke.

O diploma que vai chegar ao Bundestang tem ainda o cunho dos Verdes. O partido conseguiu assegurar que as verbas previstas para o investimento em infraestruturas destinadas à proteção ambiental eram novas - e não retiradas de programas já existentes. Além disso, os Verdes conseguiram ainda duplicar as verbas destinadas a esta área do fundo, passando de 50 milhões para 100 milhões, depois de uma sessão  parlamentar que decorreu esta semana e revelou uma rutura entre os ecologistas e os conservadores.

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