Notícia
Estado “a ver navios” no leilão de veleiro apanhado com 42 milhões em cocaína
O Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça pôs à venda a embarcação, que tinha sido caçada em 2022 com 1.470 quilos de droga a bordo, pelo preço base de 350 mil euros, mas não obteve uma só licitação.
Em maio de 2022, um veleiro de 17 metros de comprimento, com um italiano e um venezuelano a bordo, partia da Ilha de São Vicente, nas Caraíbas, com destino a Espanha, onde iria descarregar os 47 fardos de cocaína, num total de 1.470 quilos – avaliados em 42 milhões de euros a preço de revenda, podendo ultrapassar os 70 milhões na venda ao consumidor –, que transportava na proa.
Mas a embarcação acabou por ser intercetada pelas autoridades portuguesas, a 400 milhas da costa de Lisboa. Os dois homens estrangeiros foram detidos, tendo a droga e o veleiro sido apreendidos.
A chamada "Operação Ibéria" foi realizada pela Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, com o apoio da Marinha e da Força Aérea, e contou também com a colaboração da Agência Nacional do Crime (NCA) do Reino Unido e da agência norte-americana de combate ao tráfico de droga (DEA).
No processo-crime contra os dois estrangeiros, o italiano e o venezuelano acabaram condenados a oito e nove anos e seis meses de prisão.
Entretanto, declarado a favor do Estado, o Gabinete de Administração de Bens (GAB) do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ) está, agora, a tentar vender esta embarcação de recreio do tipo veleiro monocasco da marca Hanse, modelo 575, com casco em fibra de vidro, construída em 2013 e que tem capacidade para 12 pessoas.
Mas eis que o primeiro leilão eletrónico do veleiro ficou deserto.
Esta quinta-feira, 11 de dezembro, o leilão online da embarcação terminou, pelas 10:30, sem ter registado uma só licitação.
Tinha sido colocado na plataforma E-leilões com o valor base de 350 mil euros, com o mínimo fixado em 297,5 mil euros.