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Lítio de Trás-os-Montes considerado adequado para produzir baterias

Os primeiros resultados dos testes metalúrgicos mostram que é possível obter carbonato de lítio - um dos elementos usados na produção das baterias eléctricas - com um elevado grau de pureza.

Reuters
29 de Maio de 2017 às 13:17
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O mineral de lítio extraído pelos australianos da Dakota Minerals na prospecção em Sepeda, Montalegre, foi considerado adequado para a produção de componentes de baterias de iões lítio, revelam os primeiros testes de metalurgia realizados na Alemanha.

 

De acordo com um comunicado divulgado pela empresa nesta segunda-feira, 29 de Maio, os testes mostram que pode ser possível produzir carbonato de lítio - um dos elementos usados na produção das baterias eléctricas com aplicação em automóveis - com um grau de pureza de 99,97% a partir da petalite extraída naquela prospecção em Trás-os-Montes.

Este facto "reduz o risco de desenvolvimento" do projecto daquela empresa em Portugal, que pretende tornar-se num fornecedor sustentável de lítio da Europa.

"Os testes confirmam que podem ser usados métodos-padrão industriais e comercialmente comprovados para a produção de carbonato de lítio a partir da petalite de Sepeda," concretiza o comunicado da companhia que dá conta dos resultados dos testes realizados em Dorfner-Anzaplan, Alemanha.

Além da capacidade de produzir petalite (silicato de alumínio e lítio) com baixo teor de ferro dirigido ao mercado das indústrias cerâmica e vidreira, a empresa espera ainda que o lítio extraído possa ser aplicado na produção de carbonato de lítio para a utilização em baterias eléctricas.

"Com a confirmação de que pode ser produzido carbonato de lítio a partir da petalite de Sepeda, tal como esperado, este é outro passo importante para o objectivo estratégico de nos tornarmos num fornecedor sustentável de produtos de lítio para o florescente mercado europeu," afirma o CEO da Dakota, David Frances, no comunicado.


Os dados agora conhecidos serão incorporados no estudo preliminar de potencial da exploração que a Dakota está a levar a cabo e que, de acordo com a empresa, será apresentado nas próximas duas semanas.

As acções da Dakota encerraram a sessão desta segunda-feira na bolsa australiana a subir 3,64% para 0,057 dólares australianos.

Estudos podem justificar futuros investimentos

A empresa australiana tem desenvolvido nos últimos meses prospecções na concessão de Sepeda, onde tenta localizar ocorrências minerais que justifiquem a exploração de lítio na região. Aqui se detectou, segundo a empresa, o "o maior jazigo pegmatítico do tipo lítio-césio-tântalo a nível europeu", de acordo com os padrões de reporte australianos.

Em causa está a possibilidade de construção de uma mina e de instalações de processamento do mineral, num investimento potencial de 370 milhões de euros para criar 200 empregos, que a companhia diz que a tornará num fornecedor sustentável de lítio para a Europa, seja para a indústria de baterias de iões-lítio, seja para a de cerâmica e vidro.

As megafábricas de baterias estão, de acordo com a Bloomberg, prestes a chegar à Europa, num desafio à liderança da Tesla e abrindo caminho para uma mudança mais rápida rumo à energia verde para carros e distribuidoras de electricidade.

Há uma semana, a chanceler alemã, Angela Merkel, deu o "tiro de partida" para a construção de uma fábrica de 500 milhões de euros para a montagem de unidades de armazenamento de energia de iões de lítio para a Daimler, que produz carros de luxo Mercedes-Benz e Maybach.

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